“Madrugada dos mortos” é, de maneira precária, um dos filmes que mais se assemelham aos clássicos filmes de Romero, um filme simples, voraz, com traços de humor e terror, com gore, bizarrices, suspense e personagem, um clássico filme de apocalipse, com todos os sintomas bem definidos e encaixados pelo amado e odiado Zack Snyder, que já em seu primeiro longa já começava a demonstrar seus traços e exageros de direções únicas, mesmo que de maneira ainda tímida.
Snyder definiu muito bem seu roteiro, ele opta por contar a historia de um grupo de pessoas, por isso ele não dá uma explicação sobre o apocalipse e nem se estende muito sobre a destruição de nossa civilização, isso é resumido em um clipe excelente de 5 minutos ao som de um clássico country e Snyder já define logo nos primeiros minutos o núcleo inicial do grupo de sobreviventes, que futuramente se altera, porem, os desenvolvimentos de personagem ainda ficam nesse primeiro grupo, o que dá uma ideia que o foco do roteiro era brincar com a questão fim do mundo nas pessoas, uma decisão interessante e bem explicitada.
O Filme da toques de discussões morais, sobre o instinto do zumbi, quando o mundo acaba, centenas deles vão pro shopping, uma questão interessante, somos alienados vivos e mortos, mas nada disso é o foco do filme, Snyder se utiliza do roteiro pra testar muitas técnicas cinematográficas- como o final em pós credito- que futuramente iriam virar sua marca, como as câmeras lentas, enquadramentos médio, fotografia cinza, bom uso da trilha sonora e redenção de personagens.
Zack Snyder soube explorar o bizarro e o cômico em um filme, que mesmo sendo pouco conhecido, é de suma importância, pois causou uma enorme influencia e virou fonte de consultas a inspiração para a indústria dos games. Temos um filme de apocalipse zumbi bem fechadinho e assertivo que vale a pena ser assistindo, principalmente para os fãs do gênero.