“Zatoichi”, pra quem não sabe, é um personagem lendário no Japão, que já rendeu mais de 20 filmes, a maioria das décadas de 60 e 70.Ele era um samurai cego que vagava pelo Japão ajudando trabalhadores explorados contra criminosos e senhores feudais.
Essa versão, dirigida pelo supremo Takeshi Kitano (Battle Royale), não é muito diferente.A história gira em torno de um massagista cego, com uma impressionante habilidade com a espada, que chega em uma pequena cidade dominada pelo sanguinário gângster Ginzo.Depois de conhecer duas gueixas, que tiveram a família morta pelo bandido, o embate entre os dois se torna inevitável.
Já no início do filme, somos apresentados a todos os personagens principais, em um sequencia de flashbacks.Os personagens são mostrados de uma forma bastante dúbia, não conseguimos saber quem é mocinho ou vilão.
Takeshi Kitano, consegue misturar diversos gêneros como drama, aventura, comédia, ação e até mesmo musical, de uma forma equilibrada, e com um resultado divertido.O ponto alto é a incrível sequencia de sapateado que é mostrada ao final do filme.
Tadanobu Asano, como o ronin, que tenta sustentar sua mulher doente, é o personagem mais ambíguo de todos já que em nenhum momento fica muito claro suas reais intenções.E claro, Takeshi Kitano, dá um verdadeiro show como o samurai cego.Algo diferente, na minha opinião, foi a sua escolha em interpretar um cego com os olhos fechados.Praticamente todos os atores ao interpretarem personagens cegos, ficam com aquele olhar parado, focalizado no vazio. Imagino que deve ter sido mais difícil , principalmente na cena de lutas.
A história das gueixas, que na realidade são um casal de irmãos é interessante e, mesmo que de forma rápida, foi bem desenvolvida.Ficamos envolvidos ao ver o sofrimento pelo que passaram.Destaco a interpretação de Taichi Saotome, que com seus movimentos delicados, especialmente nas cenas de dança, convence a todos de que é uma mulher.
Com uma divertida mistura de gêneros diferentes, bons personagens e bom roteiro, Zatoichi é um ótimo filme, que merece ser assistido.