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    Duro de Matar 4.0
    Críticas AdoroCinema
    4,5
    Ótimo
    Duro de Matar 4.0

    FÔLEGO PARA 5.1

    por Roberto Cunha

    Lá vamos nós! Quem pega carona com John McLane deveria saber o perigo que está correndo. Assistir uma seqüência de Duro de Matar é risco calculado e a recompensa é adrenalina e diversão. Muita diversão. E se você pegar o filme no início, a brincadeira já começa na logo da Fox. Não chega a ser novidade (outros filmes já fizeram), mas é bem bacana. Deixa você no clima cyber da aventura. O humor característico dá as caras no diálogo entre McClane e a filha rebelde: "Você disse que eu estava morto?", pergunta ele indignado. É o pontapé inicial para o festival de tiradas que Willis saca da manga desde os tempos do seriado A Gata e o Rato. Como aconteceu desde o primeiro, o vilão é um terrorista e vai penar pra colocar seu plano em ação porque McClane não tem um plano, tem um objetivo. Sempre.

    Apesar da repetição da fórmula, está tudo lá. Até aquela conversinha fiada, marca registrada do personagem, e a troca de farpas via rádio, telefones, celulares e - agora - webcam. E ainda faz efeito porque, como é dito no filme, ele "é o cara". E o legal é relaxar e curtir a aventura. É o James Bond americano. Enquanto James dispõe de um arsenal de novidades, John usa sua indefectível pistola contra um verdadeiro arsenal. E Jackie Chan fez escola ao ter o cenário como coadjuvante em sua coreografia. Willis mostra que é bom aluno ao usar, por exemplo, um extintor numa cena muito boa. É só conferir.

    O Le Parkour é um elemento de ação que veio para ficar nos filmes e, mais uma vez, é praticado por vilões. As seqüências, embora breves, são ótimas. As cenas de ação são fantásticas. Destaque para o momento do hidrante, do túnel (excelente) e do carro detonando o helicóptero. Vibrante. Aliás, esse é um ponto que justifica o sucesso da série. Por mais "americanóide" que seja. Você torce (e dá risada) com o herói. Quer fórmula melhor? E tudo isso sem ver muito sangue nos bandidos. Só no herói, que vai acumulando machucados ao longo da história. Como um videogame. A seqüência do duelo entre o caminhão e o jato beirou a insanidade, mas impressionou pelo bom gosto e adrenalina. O lado cyber desta aventura é bacana. Move a trama para frente e deixa a gente com a pulga atrás da orelha com esse excesso de conectividade dos dias atuais. Isso é fato. A mensagem terrorista em cadeia nacional usando trechos das falas de ex-presidentes foi muito boa e o mesmo vale para o capitólio explodindo.

    Entre as mancadas que poderiam ter sido evitadas, o momento dentro do carro roubado e eles falando com a central do seguro. Como? Com as comunicações bloqueadas?!? Erro grave. E a facilidade de locomoção dos heróis, no meio do caos, incomodou bastante. Carregaram demais na tinta. Haja licença. A curiosidade fica para a participação do ator e cineasta Kevin Smith, do cultuado Dogma, apaixonado por quadrinhos e Guerra nas Estrelas. O número 666 no rádio amador foi emblemático. Finalzinho ridículo e pasteurizado, com a chegada em câmera lenta dos policiais e o indefectível "Freeze!!". Era melhor ter deixado uma brecha para o 5.1. Ou você ainda duvida que Bruce "McClane" Willis tem fôlego para mais um?

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