Os anos 1980 foram o auge do cinema de terror. São dessa década "O Boneco Assassino", "A Hora do Pesadelo" e "Halloween", alguns exemplares de maior sucesso do gênero trash. Pegando carona nos sucessos da época, em 09 de maio de 1980 foi lançado um verdadeiro símbolo da categoria: "Sexta-Feira 13", dirigido por Sean S. Cunningham. Um dos maiores sucessos proporcionais de bilheteria, o longa custou 500 mil dólares e faturou incríveis 39 milhões, abrindo caminho para incontáveis continuações. Mas bilheteria alta não significa que o filme seja bom. É no mínimo assistível, pelo menos por curiosidade.
Vamos à história: em 1957, um garoto, Jason Vorhees, morre afogado no acampamento Crystal Lake. Um ano depois, os instrutores que deveriam estar cuidando dele são assassinados misteriosamente. Após esses tristes episódios, o acampamento é fechado e só volta a reabrir anos depois. Um grupo de jovens decide passar um final de semana em Crystal Lake, apesar de serem aconselhados do contrário pela população local. A partir daí os jovens começam a ser assassinados um a um, até que o assassino venha a se revelar para a última vítima.
Com um orçamento modesto, "Sexta-Feira 13" tem efeitos especiais aceitáveis para a época. As mortes são convincentes, não pelos atores, mas pela maquiagem. As atuações são um ponto fraco do longa. Os atores parecem estar funcionando no piloto automático, sem demonstrar empenho ou veracidade.
Outro ponto ruim do filme é a trilha sonora. Apesar de criar alguns pontos bem conduzidos, em alguns momentos percebemos a influência de outras trilhas, como de "Tubarão" ou "Psicose". Realmente decepcionante.
O roteiro é simples, sem reviravoltas. Mas o que realmente incomoda é o desenrolar da trama. Tudo é meio morno, com a história transcorrendo em um ritmo lento. Em momento algum tememos pelo destino dos personagens, o que é um mau indicador em qualquer filme. A trama não consegue que nos importemos com qualquer um deles, nos fazendo assitir àquilo tudo como se fosse um documentário bem chato.
Salvando um pouco o filme, o terceiro ato consegue se sobressair do resto das cenas. Quando somos apresentados ao assassino e às suas motivações é que o filme realmente parece estar caminhando para algum lugar. A luta da última sobrevivente com o serial killer é a única cena em que sentimos uma leve apreensão.
Parecendo bem mais longo do que realmente é, "Sexta-Feira 13" não consegue construir uma atmosfera de tensão aceitável, se perdendo em seu ritmo fraco e sem vigor. É inexplicável seu sucesso tão estrondoso com uma trama tão tola e previsível. Mesmo assim, tornou-se um filme cultuado por fãs em todo mundo, principalmente por suas continuações insossas estreladas pelo assassino mascarado com uma máscara de hóquei.