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    Terror Na Antártida
    Críticas AdoroCinema
    1,0
    Muito ruim
    Terror Na Antártida

    Picaretagem na neve

    por Roberto Cunha

    Antes de tudo, é preciso deixar claro que o título em português foi cruel com o espectador que espera uma coisa e encontra outra. O nome original (Whiteout) refere-se a um perigoso fenômeno climático da região e o problema de Terror na Antártida é que ele não é terror e nem assusta. A história começa com uma incível queda de avião transformada (perdão pelo deboche) em um dos melhores pousos forçados - sem piloto - da história do cinema. E emenda numa bela tomada da base de pesquisa, seguida de outra tomada da bela Kate Beckinsale se despindo para um banho (!?), com direito a close no bumbum de calcinha. Totalmente gratuita para a trama que se descortina no meio do nada.

    Parece que de início, a ideia era dar um certo "climão" do clássico O Enigma do Outro Mundo, de John Carpenter, que se passa em local parecido, mas como se vê, não passou da intenção. Na história, Carrie Stetko (Beckinsale) é uma agente da lei marcada pela traição em seu passado nas ruas, e assim optou por trabalhar num lugar isolado e tranquilo. Porém, quando um corpo mutilado aparece na neve, a suspeita de assassinado dá início a uma investigação nas vésperas da chegada do whiteout. É quando começa uma corrida contra o tempo para desvendar o crime. Até aí, parecia que ia emplacar. Afinal, uma morte violenta dá pano para muita manga. Ainda mais no frio. Brincadeiras a parte, os problemas começam quando o roteiro insere situações bobas (veículos que não ligam na hora H) e ridículas (de tão mentirosas), misturando cenas dignas de seriados de TV. Foi assim no "momento CSI" da autópsia do corpo e também no "momento McGyver" (Profissão Perigo) quando usam uma bateria de celular (!) para explodir uma janela.

    A tentativa de dar peso ao drama de Carrie ("Não sei se sou boa"), questionando sua capacidade de cuidar de uma equipe por causa do trauma é um terror. E toma-lhe flashback. No elenco de desconhecidos, a presença de Tom Skerrit (Poltergeist III - O Capítulo Final) como um doutor parceirão da heroína e sabichão da base. Embora bem feito, mas com pouco suspense e cenas de neve e ventanias muito boas, entre cordas e mosquetões, o que estragou mesmo foi a tempestade de exageros. E quando o assassino erra umas 20 tentativas de matar Carrie com golpes de picareta, a coisa degringola de vez. É muita picaretagem. O que leva um ator a participar de certos projetos pode ser a melhor resposta para a participação deles em determinados filmes. E mesmo que não se saiba o que acontece de verdade, dá para imaginar que a única razão para Beckinsale participar de Terror na Antártida foi a necessidade de umas verdinhas a mais na conta bancária.

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