Olha, vou começar dizendo que Mulheres Perfeitas é aquele tipo de filme que mistura sátira e ficção científica com uma pitada de comédia, mas que, no fundo, está jogando verdades na nossa cara. A história gira em torno de um grupo de mulheres bem-sucedidas que, de repente, acabam sendo transformadas em esposas submissas e “perfeitas” pelos maridos – tudo ambientado no estranho subúrbio de Stepford. A premissa é inteligente, e o filme se propõe a escancarar uma crítica social que, infelizmente, ainda é atual: o quanto o sucesso das mulheres ainda assusta certos homens.
O que mais me marcou foi como o roteiro pega essa insegurança masculina e a transforma em algo grotesco e exagerado (ou nem tanto, né?). A ideia de que esses homens literalmente preferem trocar a complexidade e o brilho de suas esposas por bonecas submissas é um soco no estômago. Parece absurdo no papel, mas quantas vezes vemos casos de mulheres brilhantes sendo apagadas ou diminuídas para não ferir o ego de seus parceiros? Isso acontece até hoje, em 2024, e Mulheres Perfeitas joga luz nisso de um jeito provocativo.
Por outro lado, o filme não é perfeito. Ele se perde um pouco no tom, tentando ser engraçado e sério ao mesmo tempo, o que enfraquece a mensagem. E, vamos combinar, o final não entrega o impacto que a história merecia. Faltou ousadia para amarrar tudo de forma mais contundente, sabe? Ainda assim, as atuações de Nicole Kidman e Glenn Close seguram bem a trama, e o visual exagerado de Stepford ajuda a criar uma atmosfera que provoca desconforto – do jeito certo.
No fim, Mulheres Perfeitas é uma crítica válida e necessária, mas que poderia ter ido mais longe. É o tipo de filme que faz a gente pensar o quanto a sociedade ainda está presa nessa mentalidade retrógrada, onde o sucesso feminino é tratado como ameaça em vez de motivo de orgulho. Afinal, ser perfeita para quem, né?