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    Gaviões e Passarinhos
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    2 Críticas do usuário

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    Nino G.
    Nino G.

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    4,5
    Enviada em 21 de junho de 2017
    Em "Uccellacci e Uccellini" temos verdade, naturalidade e autenticidade tão bem incorporados e estruturados, que é difícil crer na possibilidade da comicidade diante de realidades tão ásperas e de um mundo onde as pessoas usam a dureza de suas vidas, como materialidade para o riso. Uma obra particular em sua proposta e entre tantos motivos, uma obra rara.

    Escrito e dirigido em 1966 por Pier Paolo Pasolini, "Uccellacci e Uccellini" é um daqueles filmes que geram divisão imediata, não há meio termos. Particularmente, considero como um filme especial, mas que já dispara em ampla largada para minha apreciação, pelo respeito e admiração que nutro pela Itália, por sua história no cinema e por diversos atores, entre eles Totò Innocenti.

    "Uccellacci e Uccellini" possui todas as características chaves do estilo neorrealista, e lida com preocupações marxistas sobre pobreza e conflito de classes, mas sem perder o humor, o que, diga-se de passagem, gera grande potência e importância dessa obra, ao unir reflexões políticas, construção social e tendo como meio-campo, o humor, Pasolini alcança um dialogo abrangente e ativo, coloca o espectador em situação critica e reflexiva, entrega uma obra aberta ao riso, mas que não se limita apenas à isso. Para ultrapassar os limites de uma comédia comum ou simplista, lhe foi, mas do quê necessário contar com o apoio do ator italiano Totò Innocenti.

    Este , foi o último filme de Totò Innocenti. Após a morte do ator, estrearam outros dois filmes, mas em ambas produções, as filmagens ocorreram muito antes de "Uccellacci e Uccellini". Totò em 1966 já era mais do quê um comediante consagrado, sua figura era marca e renome da Itália, tendo o reconhecimento de seu trabalho expandido para outros países e continentes, não é a toa que faz parte de um seleto grupo onde estão presentes os atores Charlie Chaplin e Buster Keaton. Podemos observar em "Uccellacci e Uccellini" um Totò mais contido, o que gera certo estranhamento para aqueles que já o conhecem de trabalhos anteriores, muito desse ar meio desengonçado, às vezes até engessado se originam pela direção de Pasolini, que limitou os improvisos, o jogo e até mesmo as máscaras faciais do ator, pedidos que negavam as características que fizeram de Totò um célebre comediante. É necessário compreender que os pedidos de Pasolini não eram formas de talhar ou diminuir o trabalho de Totò, ao contrário, conhecendo a qualidade artística do humorista, Pasolini buscou apresentar um trabalho pontual e que dialogasse com a proposta neorrealistas do filme, além de ser uma grande oportunidade que Pasolini oferece ao grande Totò.

    Em "Uccellacci e Uccellini" temos verdade, naturalidade e autenticidade tão bem incorporados e estruturados, que é difícil crer na possibilidade da comicidade diante de realidades tão ásperas e de um mundo onde as pessoas usam a dureza de suas vidas, como materialidade para o riso. Uma obra particular em sua proposta e entre tantos motivos, uma obra rara. A alegoria criada por Pasolini, unifica aspectos de fábula filosófica marxista.

    Como em todos os contos de fadas, há uma história definitiva neste filme: o pretexto narrativo é dada pelas considerações filosóficas (marxista) de um velho corvo que aborda dois homens, pai (Totò) e o seu filho (Davoli ). O corvo parece convencer, os dois homens, utilizando-se de sua sabedoria e de suas palavras, mas no momento em que o problema da fome aparece, o homem "razoável" se revela, e Totò acaba por comer o sábio corvo. A alegoria apresentada é clara e bem realizada.

    Sobre as considerações neo-realistas apresentadas no filme, posso categoriza-las através de André Bazin, um teórico e crítico de cinema francês, argumentou que o neorrealismo retrata: verdade, naturalidade, autenticidade e é um cinema de duração. As características necessárias do cinema neo-realista incluem:
    Um contexto social definido; Um senso de realidade histórica e imediatismo; Compromisso político com a mudança social progressiva; Cenas e cenários autênticos com a sua localização, em oposição ao estúdio artificial; Uma rejeição dos estilos clássicos de Hollywood; Uso extensivo de atores não profissionais o máximo possível; Um estilo documentário de cinematografia.

    "Uccellacci e Uccellini" é declaradamente o 'trabalho que Pier Paolo Pasolini mais amava, provavelmente porque é a síntese mais completa de seu ecletismo artístico. Trata-se de uma obra com grande poder poético, desde o início foi objeto de discussão e controvérsia. Obteve uma menção especial no Festival de Cannes e foi premiado com o prêmio de prata.
    Mário D.
    Mário D.

    2 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 25 de fevereiro de 2020
    Excepcional, um filme como não se faz mais, filosofia e talento, sem truques, uma realidade bem ao estilo Pasolini, com uma performance um pouco contida , mas sempre marcante de Totò.
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