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Fernando Schiavi
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389 críticas
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2,0
Enviada em 9 de fevereiro de 2012
Um filme maravilhoso! Um retrato profundo da sexualidade feminina e masculina nos anos 50 é abordada de maneira ousada, intrigante e corajosa por Bill Condon. Liam Neeson, Laura Liney e Peter Sarsgaard estão soberbos em seus papéis. Além de tudo o filme conta com uma direção de arte, fotografia e trilha sonora marcantes e irretocáveis! Pela temática não é um filme para toda a família, mas não deve deixar de ser apreciado quando possível. Imperdível!
Apesar de estar situado nos Estados Unidos dos anos 40, a maior constatação que o diretor e roteirista Bill Condon faz em “Kinsey – Vamos Falar de Sexo” é a de que os Estados Unidos não mudaram. O mesmo conservadorismo e moralismo que estavam presentes há mais de sessenta anos permanecem enraizados na sociedade norte-americana até hoje. A maior prova disso foram os protestos realizados – claro – por grupos religiosos (um dos quais recebia o curioso nome de “Virgens Renovadas”) nas portas dos cinemas que exibiam o filme.
Esta foi a mesma recepção que esperou o biólogo, professor e pesquisador da Universidade de Indiana Alfred Kinsey (o excelente ator Liam Neeson) quando, com o auxílio de sua equipe de entrevistadores (interpretados por Peter Sarsgaard, Timothy Hutton e Chris O’Donnell), lançou os livros “Sexual Behavior in the Human Male” e, posteriormente, “Sexual Behavior in the Human Female”. Os dois livros faziam um panorama do comportamento sexual de homens e mulheres, provando que os desejos e fantasias de ambos os sexos, por mais estranhos que parecessem, eram absolutamente normais.
Na época em que Kinsey realizou estes estudos, o sexo era considerado um tabu (de certa forma, até hoje, o assunto ainda é). Acreditava-se que a masturbação, homossexualismo e o adultério, só para citar alguns casos, eram uma coisa suja, ou pior, uma doença. O sexo não era nada natural – nem mesmo entre as pessoas casadas. Ninguém ficava confortável em discutir ou, sequer, tentar realizar o ato. A pesquisa que Kinsey realizou foi justificada com base em sua própria vida pessoal. Filho de um pastor (John Lithgow) que apregoava a sujeira do sexo e dos vícios, Kinsey foi um garoto, adolescente e homem recluso, do tipo que só se dedicava aos animais que tanto amava (o estudo das diversas espécies de vespas tomou grande parte de sua vida) e que só conseguiu se libertar disso quando conheceu a estudante Clara McMillen (a ótima Laura Linney, que foi indicada ao Oscar 2005 de Melhor Atriz Coadjuvante pela sua performance neste filme), que era uma de suas alunas e com quem ele veio a se casar.
As pesquisas lideradas por Alfred Kinsey mostraram que o sexo apesar de ser prazeroso, também pode magoar e machucar. Os métodos de pesquisa que Kinsey utilizava eram bastante incomuns e controversos: ele estimulava o sexo grupal, homossexual e a troca de esposas entre sua equipe de entrevistadores – ignorando os sentimentos que estavam em jogo ali. Ao mesmo tempo em que ouvia passivamente o relato de pessoas que diziam ter feito sexo com meninos e meninas pré-adolescentes. Tudo isso pelo bem da ciência e da vida sexual dos casais, é claro.
Poucos filmes falaram do sexo de uma maneira tão honesta e, principalmente, sem apelações como “Kinsey – Vamos Falar de Sexo”. O filme é importante, pois lembra uma época na qual o sexo deixou de ser tratado por baixo dos panos e passou a ser um assunto obrigatório nas rodas de conversa – para o bem ou para o mal. No entanto, “Kinsey – Vamos Falar de Sexo” não é um filme excitante (com o perdão do trocadilho), pois possui muitos problemas de roteiro, especialmente nos minutos que antecedem ao seu desfecho, quando Kinsey, depois de perder apoios importantes – e fundamentais – para a realização de sua pesquisa, volta ao habitat que iniciou seu amor pela biologia – a floresta – e se depara com uma questão que, cedo ou tarde, todos nós iremos enfrentar: E agora? A resposta está no filme, mas como Kinsey voltou ao jogo é uma informação que Bill Condon não compartilha conosco.
A cinebiografia de Alfred Kinsey (Liam Neeson) é interessante por vários motivos. Ver transposta para o cinema a vida do homem que ousou desbravar a sexualidade humana de forma científica numa época em que esse assunto era tabu, é o principal mérito do diretor Bill Condon (o mesmo de "A ÚLTIMA CEIA"). Também merece todos os elogios a abordagem histórica da sociedade americana das décadas de 40 e 50 do século XX. A exploração das motivações psicológicas que tornaram Kinsey um obcecado pelo estudo da sexualidade. Enfim, Condon nos fornece um retrato abrangente do homem cujo nome dá título ao filme. Bem, ao enredo propriamente dito. A infância de Kinsey não pode ser considerada como um período feliz. Seu pai era um pastor protestante repressor. Não à toa Kinsey passa a dedicar-se ao estudo de insetos e de animais para se isolar da companhia paterna. O pai nutria uma predileção pelo irmão mais velho de Kinsey. Ao graduar-se em zoologia e colecionar mais de 100.000 espécies de insetos, Kinsey passa a lecionar na Universidade de Indiana. Ele se apaixona por uma de suas alunas, Clara (Laura Linney), e casa-se com ela. E é importante que se diga que Kinsey era virgem quando se casou. A vida sexual do casal não era satisfatória, o que fez com que eles procurassem um especialista no assunto. A partir de então, a vida sexual foi desfrutada ao máximo pelo casal. Inúmeros estudantes procuram Kinsey para perguntar-lhe sobre dúvidas quanto à sexualidade, o que faz com que o nosso protagonista passe a se dedicar inteiramente ao assunto. Torna-se, então, professor de educação sexual. Suas aulas tornam-se as mais concorridas no campus da Universidade de Indiana. Ele consegue financiamento da fundação Rockfeller para fazer uma grande pesquisa da vida sexual da população norte-americana, fato que redundou no livro "O comportamento sexual do homem", em 1948. É claro que as opiniões sobre o livro foram as mais variadas. Não faltaram as recriminações dos setores religiosos e politicamente retrógrados. Em plena época em que o mcartismo imperava, a vida pessoal e sexual de Kinsey, cujos relacionamentos com o pessoal do seu grupo de pesquisa foram denunciados pela imprensa. Com isso, a fundação Rockfeller viu-se pressionada a não mais financiar os estudos de campo de Prok, como Kinsey era carinhosamente chamado pelos seus estudantes. Excelente filme, seja na atuação brilhante de Neeson e de Linney, seja pelo roteiro enxuto e elucidativo da importância de Kinsey para as ciências do comportamento do século XX. A cantora Madonna tem muito o que agradecer a este homem que lhe abriu as portas para ela poder abordar o sexo para as audiência em todo o mundo.
Junção de ótimos atores,ótimo diretor,produção impecável e roteiro super coerente,o resultado é um filme que te prende do inicio ao fim,com algumas partes chatas,eu confesso,mas logo o filme se reergue e volta a prender. Um ótimo filme que merecia mais indicações ao Oscar,e mostra que os tabus sexuais existem para serem quebrados.
Um filme basatnte interessante, mostrando bem ahipocrisia da sociedade americana nos anos 40, com atitudes perante o sexo que hoje soam absurdas. O elenco está soberbo. Destaque para Laura Linney, que passa perfeitamente a imagem de esposa que ama, acredita e apóia seu marido, apesar do sofrimento que isso lhe traz. Destaque ainda para a coragem e ousadia de Liam Neeson e Peter Saarsgard, em cenas de nu frontal e beijos apaixonados.
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