Muito bom filme. Peter Mullan faz um filme duro, de cenas fortes e que impressiona quem assiste pela crueza das situações em que as principais personagens são submetidas. Trata-se de uma verdadeira sessão de tortura e humilhação em vários momentos, onde mais uma vez a Igreja Católica é criticada ao abusar de seu poder perante a população para fazer o que bem entender, mesmo que vá totalmente contra o que é pregado pela própria Igreja. A boa impressão do filme já começa em sua primeira cena, simplesmente magistral. Após uma belíssima cena musical, há a apresentação da primeira das protagonistas e também do motivo pelo qual ela acaba sendo levada à "Casa de Madalena". Logo em seguida há uma longa sequência onde diversos personagens conversam sobre o ocorrido em meio a música alta da festa de casamento que está ocorrendo naquele instante. O público nada ouve do que os personagens falam entre si, mas fica nítido o assunto e a gravidade dele apenas pelos olhares trocados e a própria movimentação dos personagens. Simplesmente impressionante. O filme é focado em 4 das mulheres que vivem na "Casa de Madalena", sendo que de 3 é mostrado também como elas chegaram lá. Todas as quatro têm grandes atuações e grandes momentos dentro do filme, mas duas em especial merecem destaque: Nora-Jane Noone (Bernardette) e Eileen Walsh (Crispina). Enquanto a primeira passa por uma grande transformação psicológica dentro do filme, a qual percebemos passo a passo, a segunda se destaca em cenas-chave e, também, no desfecho da trama. "Em Nome de Deus" é um grande filme, cuja trama é ainda mais impactante por ser baseada em uma história real. Impossível assisti-lo sem se revoltar com o que é visto em cena."