Atrevo-me a proferir que este foi um dos filmes mais marcantes da minha existência, quiçá da história cinematográfica no gênero comédia, uma vez que o tênue fio de ligação entre a realidade e a ficção, nunca antes havia sido tão bem relatado, reunindo elementos de total identificação com praticamente toda humanidade. Desta forma, através de um teor hilário, porém, por vezes dramático, Click alcançou no âmago de cada telespectador, o real valor por si próprio, amigos, família, enfim, pela vida. Com isso, ainda ouso mencionar que está para surgir narrativa de modo pueril, benévolo e ao mesmo tempo maduro, que transpareça tamanho conteúdo de aprendizado vitalício.
Não por menos, Adam Sandler, na melhor atuação de sua carreira, protagoniza um pai de família (Michael Newman), o qual é casado com Donna (interpretada pela estonteante vampira de Anjos da Noite, Kate Beckinsale) e tem dois filhos pequenos, Ben (Joseph Castanon) e Samantha (Tatum McCann).
Todavia, a relação paterna com a família era precária, visto que horas extras em seu trabalho eram frequentes, já que objetivava ascensão na empresa, por meio de contínuos esforços em tentativas frustradas de chamar atenção de seu chefe.
Em um certo dia, Michael teve problemas ao encontrar o controle remoto correto da televisão, para isso, foi a uma loja comprar um controle universal, o qual funcionaria para todos os aparelhos eletro eletrônicos de sua casa, onde se depara com o esquisito Morty (Christopher Walken). Funcionário este que lhe deu um “controle experimental”, o qual não só geria todos os eletrodomésticos, como também comandaria sua vida, adiantando, pausando, retrocedendo e até acelerando momentos.
Porém o que parecia ser a solução para circunstancias chatas corriqueiras (discussão com a esposa, ouvir sermões, dentre outros), tornou-se um transtorno, pois junto com elas, fatos importantíssimos foram deixados para traz, como o crescimento dos filhos, infelicidade de Donna e últimos momentos de vida de entes queridos.
Em meio a diversas situações hilárias, cenas de cunho extremamente dramático fizeram os espectadores de afogarem em lágrimas, pois tamanho reconhecimento com a realidade, fizeram-nos valorizar pequenos atos, breves momentos de felicidade, curtos períodos de satisfação, dos quais, se não bem aproveitados, ocasiões futuras que deveriam ser de plena alegria, não terão a importância necessária, tendo em vista que detalhes marcantes farão falta e sua plenitude será incompleta.
Através de uma lição de vida indevassável, oriunda de princípios básicos de felicidade emanados por esta ficção, Click toma o mais alto lugar no quesito comédia / drama, onde questões de limitações entre a realização profissional e financeira, em relação ao bem-estar e auto contentamento são meras escolhas baseadas em pequenas atitudes. Nota 5,0, com louvor!
“O que se leva da vida é a vida que se leva”