O conceito que os atores das novas gerações têm de Woody Allen é tamanho, que a grande maioria não apenas quer trabalhar sob a batuta do mestre, bem como aceitam trabalhar por quantias irrisórias (para a realidade deles em Hollywood, é claro). Jerry Falk (Jason Biggs) é o jovem Woody Allen. Um comediante inseguro, neurótico, com medo do que as mulheres pensam a seu respeito. Ele se apaixona pela bela Amanda (Christina Ricci, em excelente atuação mais uma vez), cuja característica principal é a volatilidade. Em outras palavras, Amanda não dá a segurança necessária para apaziguar os temores incessantes de Jerry Falk. A credibilidade dos diálogos do filme fica prejudicada, pois soa improvável, para dizer o mínimo, que o ator que se consagrou com a trilogia "American pie", pensa ou aja como uma pessoa que supostamente deveria ser muito mais velha, um Woody Allen de 40 anos de idade pelo menos. O cenário é o central park, na velha conhecida do humorista, a cidade de Nova Iorque. Um dos pontos altos do filme é quando o casal Jerry & Amanda vai assistir a um show da belíssima e talentosíssima Diana Krall. O objetivo de Allen é rejuvenescer as platéias que assistem aos seus filmes, fato que acho muito difícil. E, com essa idéia de agradar as mais jovens, ele abriu mão de seu olhar sombrio sobre o ser humano como no seu maravilhoso "Crimes e pecados", a sua última obra-prima. A fase 1 do cineasta é das comédias rasgadas, vide "Bananas", "Noivo neurótico, noiva nervosa", "A última noite de Boris Grushenko". A sua fase 2 é a influenciada por Ingmar Bergman, vide "Interiores", "Setembro", "A outra", "Crimes e pecados". Sua fase 3 é a que os atores mais jovens mostram uma devoção ao cineasta, vide "Poderosa Afrodite", "Todos dizem eu te amo", "Trapaceiros de meia-tigela" e que culminou com este "Igual a tudo na vida". As fases 1 e 2 são insuperáveis. A fase 3 deixa a desejar, porém, sempre com diálogos brilhantes. Mesmo longe de suas obras-primas, Woody Allen merece ser conferido.