Uma escritora inglesa de livros policiais, Sarah Morton (Charlotte Rampling), goza de todo o sucesso de sua literatura. Chega ao ponto de negar para uma fã no metrô que ela era a escritora Sarah Morton. Ela tenta convencer o seu editor (Charles Dance) de mudar a temática do seu próximo livro. Resumo da ópera: dar uma guinada radical, ao menos no seu próximo livro. É óbvio que o editor não aprecia muito a idéia, pois já imagina a queda no seu faturamento financeiro. Oferece, então, a ela sua casa de campo na França para que Sarah desfrute de alguns dias e recupere a sua "inspiração", em outras palavras, volte a se dedicar à literatura policial. A princípio Sarah ficaria sozinha na casa. No entanto, eis que surge surpreendentemente a belíssima e jovem Julie (Ludivine Sagnier), filha do editor, para balançar o quadro de obsessiva ordem e metodismo que dominam a vida de nossa escritora. O sossego de Sarah acaba, pois Julie traz um namorado diferente a cada noite, transa com eles, se embebeda, fuma maconha e faz muito barulho durante toda a noite. O diretor Ozon soube mostrar a beleza das duas atrizes, com cenas em que as mamas exuberantes de Julie hipnotizam a platéia masculina, como também a nudez da cinquentona Sarah não é comprometedora, muito pelo contrário. Será na piscina da casa que parcela importante das ações ocorrerão daí em diante. O lado policialesco da literatura se tornará realidade. Verdade ou fantasia? É nesse aspecto, no tênue limite entre o real e o imaginário que transita o filme deste francês que já nos ofereceu "8 mulheres". Não é um filme espetacular, mas está muito acima da produção média atual, o que já é uma grande coisa. E a beleza de Ludivine Sagnier é ludivina.