O diretor Guillermo Del Toro é o responsável pelo renascimento de um filão cinematográfico. Foi o sucesso – e a qualidade – de seu filme “Blade – O Caçador de Vampiros” (franquia cinematográfica com três partes) que marcou a volta dos longas baseados em personagens de histórias em quadrinhos. Guillermo Del Toro retorna ao estilo que lhe proporcionou o sucesso e a fama com “Hellboy”, filme baseado nos quadrinhos de Mike Mignola.
“Hellboy” já começa em meio a um grande conflito. Na II Guerra Mundial, os alemães – sob as ordens de Hitler – aliam-se a um grupo que colecionava artefatos e seres estranhos que possuíam altos poderes. Com o tempo, o presidente Roosevelt (dos Estados Unidos) resolveu agir e, assim, foi criado o Departamento de Assuntos Paranormais do FBI, setor que era mantido em absoluto sigilo e que era comandado pelo professor Broom.
O grupo do FBI chega em um momento em que o pessoal de Hitler realiza uma operação arriscada: eles querem abrir um portal que dará liberdade a um ser cujo objetivo será destruir o mundo. O FBI consegue abortar a operação e encontra no local uma espécie de bebê demônio, que ganha o nome de Hellboy. O Vermelho, como ele é carinhosamente chamado, é tratado como um filho pelo professor e sua existência é tão obscura, que começa um mito em torno dele (ele é o motivo de inspiração de histórias em quadrinhos e especulações em matérias de jornais).
Hellboy vive com outros seres estranhos como Abraham Sapiens, um homem peixe, e foi treinado pelo professor para combater e capturar “aberrações” como ele. O professor ensinou-o a usar seu poder para o bem e para proteger as pessoas. O momento da verdade para ele está chegando e consiste em enfrentar os alemães, que querem abrir o portal e farão de tudo para conseguir isto, inclusive libertar uma nova fera, que mesmo depois de morta, gera mais dois novos seres.
“Hellboy” é um filme que reúne boas cenas de ação e uma direção extremamente ágil. Guillermo Del Toro fez um filme que atinge – e, conseqüentemente, agrada – a todo tipo de platéia. O ponto alto de “Hellboy” é que ele não se resume à ação desmedida; ele mostra um herói diferente e que, apesar de ser considerado uma aberração, é um ser com desejos e motivações comuns (é aí que entram paro Agente Myers e Liz Sherman, as personagens de Rupert Evans e Selma Blair, respectivamente). Hellboy é um homem que, assim como todos os outros, é o reflexo das escolhas que ele faz.