A casa em questão fica nos subúrbios da cidade de São Francisco, na Califórnia. Ela vai é disputada por sua ex-dona, Kathy (a cada vez mais bela Jennifer Connely), que por ter deixado de pagar os impostos perdeu o direito de propriedade para o município; e, do outro lado, temos a família Behrani: Massoud (Ben Kingsley, o pai), Nadi (Shohreh Agdasloo, a mãe) e Esmail (Jonathan Ahdout, o filho). Os Behrani tiveram de deixar para trás um passado de riqueza e prosperidade no Irã devido a mudanças políticas. Massoud trabalha como mão-de-obra barata numa empreiteira que repara estradas. Ele sabe que para levar o filho aos bancos universitários americanos precisará de dinheiro. Investe, então, o seu dinheiro na compra de uma casa por 1/3 do valor original. A sua idéia era vendê-la posteriormente, e ganhar uma boa soma de dinheiro. No outro canto do "ringue", Kathy, uma ex-alcoolista, que não assimilou a morte do pai e o distanciamento do seu irmão, quer recuperar a herança que custou nada menos que 30 anos de trabalho para o seu progenitor. Na batalha judicial que se inicia, onde todos têm as suas razões, surge um ingrediente novo através do xerife Lester (Ron Eldard). Sua paixão por Kathy é fatal, já que ele decide abandonar um relacionamento sólido com a esposa e os dois filhos. Logo ele, que havia sido abandonado pelo próprio pai, e tinha prometido a si mesmo jamais fazer isso com a sua prole. A questão da paternidade é o ponto nevrálgico do filme. O mérito maior do diretor russo que fez sua estréia nos EUA, Perelman, ir ao centro da alma de personagens que são tão diferentes entre si. O trabalho de fotografia é brilhante, mostrando a costa do pacífico da Califórnia em todo o seu esplendor. Ben Kingsley concorreu ao Oscar de melhor ator por sua atuação neste épico de forte influência shakespeareana, cujo desfecho tende a não ser palatável pelas platéias habituadas a desfechos complacentes.