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    Caché
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    3,3
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    12 Críticas do usuário

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    Fernando
    Fernando

    24 seguidores 86 críticas Seguir usuário

    2,5
    Enviada em 9 de fevereiro de 2012
    A primeira cena apresenta um recurso que é utilizado em todo o filme: a paisagem de uma determinada rua é mostrada por algum tempo, ao centro uma casa, e nada demais acontece, alguns carros e algumas pessoas passam e só. Então a paisagem é rebobinada e descobrimos que ela não fazia parte do tempo presente da narrativa, mas era a imagem de uma gravação. Esse jogo entre o que "está acontecendo" e o que "foi gravado" é utilizado a todo momento e confunde quem assiste ao filme, e é óbvio, só a quem assiste ao filme, não aos personagens. É um recurso repetido inúmeras vezes, por exemplo quando a mesma casa é filmada outras vezes, ou quando a câmara acompanha um carro, ou alguém num corredor de um prédio etc. Muitas vezes achamos que se trata de uma gravação e não é, como na primeira vez em que o protagonista (Georges) vai até o apartamento indicado pela gravação, ou na última cena do filme, quando a entrada de um colégio é mostrada. Mas qual o sentido disso? Passamos o filme todo tentando descobrir quem está enviando as fitas e os desenhos ao Georges e à sua esposa (Anne), mas Georges, a partir de um determinado momento, tem certeza de quem é que está fazendo isso, e tem certeza antes mesmo de encontrar a tal pessoa pela primeira vez. Nós, espectadores, não temos essa certeza em momento algum. Há uma discrepância entre o que os personagens sabem e o que nós sabemos, Georges sabe mais que nós, Anne sabe menos. A "verdadeira história" do filme nos é escondida a todo momento. Acho que o recurso de que falei inicialmente tem a ver com a forma como a narrativa é construída, o filme nos apresenta um "caso" que vai sendo desdobrado através de mentiras, enganos e meias-verdades; seja entre os personagens, seja na forma como a história nos é contada. Georges esconde a todo momento o que pensa, mente para a esposa, mentia para os pais quando criança, fica bravo quando a esposa conta o que está acontecendo aos amigos, Anne mente para a polícia, Majid mente para Georges sobre as fitas(ou não?) etc. O recurso em questão é a forma como o filme "mente" para nós. O filme também mente para nós na narrativa, quando nos faz acreditar que o filho havia sido seqüestrado, quando nos faz acreditar que nem o Majid e nem seu filho tinham algo a ver com o caso das fitas. Acho que o sentido desse jogo de mentiras, tanto técnico quanto narrativo, tanto entre nós com o filme quanto entre os personagens com eles mesmos, fica evidente numa cena de Georges em seu programa, quando um convidado fazia sua fala e então surge uma voz que diz "para aí, tá muito teórico, junta com aquela outra parte em que ele fala de homossexualismo". Então descobrimos, mais uma vez, que a cena não fazia parte do tempo presente da narrativa, mas de um trabalho de edição do programa do protagonista (e era o próprio quem dava as orientações para a edição). O que o filme nos quer mostrar é como os fatos são, também eles, editados. Como a verdade é construída através de mentiras. Quando uma das fitas é enviada ao chefe de Georges e esse, diante da possibilidade de comprometimento de sua carreira, destrói (ou melhor, diz que destruiu) a fita como um favor, ele diz o seguinte: "achei que era a coisa mais certa a fazer". Por isso o filme não nos apresenta claramente o "verdadeiro culpado" pelo envio dos desenhos e das fitas. As evidências fornecidas pela narrativa apontam para algumas possibilidades: 1ª Majid, 2ª Majid e seu filho, 3ª seu filho, 4ª outra pessoa. Mas, na verdade, pouco importa para a narrativa quem o seja, não há como ter certeza do culpado, a proposta do filme é justamente mostrar que não existem certezas, não existem verdades, não existem fatos que não tenham sido editados. Diante disso, pensei: "que porcaria, não passa de pós-modernismo barato". Mas o filme não se atém uma narrativa inconclusiva e a um jogo de aparências, há algo que vai além disso e que é a verdadeira essência do filme. E essa essência, aquilo que há de "verdade" no filme, é a subalternização e a marginalização do imigrante ou filho de imigrantes, do afro-descendente (pra adotar um termo politicamente correto) na França. Quando Georges conta a Anne o que havia feito com Majid na infância (só pra lembrar, disse que o pai dele tinha mandado Majid cortar a cabeça do galo, além de dizer que ele cuspia sangue), fica evidente que, apesar de ter sido adotado, os laços que uniam Majid à família eram muito mais empregatícios do que familiares, não só Georges o via como empregado da família, mas o próprio Majid ainda se via como tal, pois obedeceu a ordem de Georges, que obedecia, pensava Majid, à ordem do pai. Havia para eles uma relação hierárquica entre os membros da família. E havia também para os pais, pois foi com a versão do filho legítimo (francês e branquinho) que eles ficaram quanto aos problemas entre os dois meninos, "desadotando" Majid e mandando-o para um orfanato. A condição do afro-descendente na França (explorado, marginalizado etc.), é exposta nesta oposição entre a vida de Georges e a de Majid, na oposição entre o que o destino reservou aos dois e, por que não, ao que reservará a seus filhos. Enquanto Majid mora num bairro pobre que Georges nem conhecia (embora vivam na mesma cidade), este mora numa bela casa, numa bela rua; o filho de Georges estuda num bom colégio enquanto o de Majid, sabe-se lá se estuda. Georges é um intelectual, crítico literário, apresentador de televisão e Majid sabe-se lá sua profissão (ou se é desempregado), mas sabemos que é pobre e muito infeliz. Georges não sabia como lidar com Majid nem na infância e nem na vida adulta, jamais quis reencontrá-lo e quando o fez, tratou-o como um estranho qualquer. Embora o filme entre na temática pós-moderna de que "todas as verdades são suspeitas", ele não fica no vazio, não é superficial em sua problemática. Não deixa de apontar para a necessidade de se buscar uma essência por trás da aparência dos. É o que Haneke faz em Caché. Por isso é um excelente filme.
    Felipe
    Felipe

    12 seguidores 73 críticas Seguir usuário

    2,5
    Enviada em 9 de fevereiro de 2012
    Acho q a discussão da moral/consciência dos franceses em relação aos estrangeiros (argelianos/negros)está muito bem acabada além do perturbador final... levamos pra casa muita coisa pra pensar.
    Aristeo F.
    Aristeo F.

    5 seguidores 1 crítica Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 22 de agosto de 2014
    Assisti ontem este filme na netflix. Nunca havia ouvido falar, mas resolvi conferir. Gosto de filmes franceses e gosto principalmente do casal de atores. O filme me prendeu até o final e, confesso, fiquei um pouco decepcionado ao terminar tão abruptamente. Porém, as horas se passaram e o filme não saiu de minha cabeça. Uma produção simples, aparentemente barata para os atuais padrões "hollywoodianos", mas que não termina quando acaba. Faz com que você pense, se aprofunde na história, busque motivações e, principalmente, culpados. O espectador atualmente acostumado com filmes mastigados e regurgitados, para serem novamente mastigados a fim de oferecer uma história pronta, clara e com um final de preferência feliz, irá certamente estranhar. Mas Caché não foi feito para este tipo de público, embora deva ser assistido. Afinal, poderá constituir uma grata surpresa, assim como o foi para mim.
    Ismael C.
    Ismael C.

    10 seguidores 1 crítica Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 26 de janeiro de 2013
    Antes de tudo, devo dizer que esse filme veio parar em minhas mãos de um jeito um tanto quanto caché. Desejo assistir esse filme há uns 4 anos, mas não o achava em locadora nenhuma e na internet, só com legenda em espanhol, insolentemente no dia de hoje fui à barraca comprar um gatinho( desculpe a procedência) e escolhi o novo filme do Jake Gyllenhaal(Marcados para morrer). Cheguei em casa e coloquei o dvd para rodar e a primeira cena aparece escancarada sem nem ao menos passar pelo menu. E lá estava aquela casa se deparando comigo, então me veio à memória umas das três únicas cenas que eu vi do filme. Foi ai que reconheci, CACHÉ. Confesso que fiquei eufórico de alegria e logo depois, assustado. Como é que um filme que dentre todos, era que eu mais queria assistir, surge no plastiquinho errado de outro filme, e de uma barraca que não vende o filme . : O eu to pasmo !

    Bom vamos ao filme.
    Esse filme te provoca e te perturba. Não há de surpreender ter recebi primeiro lugar dentro os filmes da década de de 2000 por diversos setores especializados. É incrível ele envolve com tanta particularidade que em certos momentos você duvida da sua coragem de saber que é o autor do vídeos pelo simples medo de não suportar a verdade. Dentre todas as cenas do filme, a mais perturbante é a do banheiro onde se encontram Georges e o filho do Mojid. É tão chocante que a cada segundo que passa cria-se a expectativa de uma tragédia. Algo que pra mim, que geralmente procuro estabelecer um desfecho para essas histórias convidativas, se mostrou muito indiciativo foi o fato de que o autor das vitas era o filho de Mojid que cresceu ouvindo o pai contar a história e se queijar de sua vida. Motivado por isso tomou a liberdade de perturbar a vida de Georges se sentindo de alguma forma injustiçado pela privação do pai. Porém, ele enviava esses vídeos sem o consentimento do pai, que ao descobrir tudo isso se viu inundado pela opressão de sua tristeza que voltava a bater na sua porta com de modo muito mais impestuoso, movido por essa angústia, escolheu suicidar na frente de Georges passando-lhe um recado ou talvez a culpa.
    puaba
    puaba

    6 seguidores 14 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 5 de junho de 2014
    Manipulando o publico constantemente, mas ao mesmo tempo entregando as ferramentas que usa para fazê-lo, Michael Haneke pretende criar um expectador mais crítico e que saiba que um filme é só um filme, mas que ao entregar as suas emoções ao fluxo de uma narrativa, deve ter em mente que refletir sobre ela por vezes é mais importante do ter todas as respostas prontas ao seu final.
    Daniel
    Daniel

    16 seguidores 95 críticas Seguir usuário

    0,5
    Enviada em 9 de fevereiro de 2012
    Filme sem sentido, lento e com um final mais sem sentido ainda. Entrei na internet para ver se descobria o sentido do filme, mas fiquei feliz em descobrir que não fui o único enganado.
    Laercio C.
    Laercio C.

    9 seguidores 1 crítica Seguir usuário

    1,0
    Enviada em 25 de dezembro de 2014
    As pessoas acham bonito dizer que flme francês é bom. Inclusive está no Netflix na categoria premiados pela crítica.. mas é uma bomba de tão ruim. Não havia necessidade da fita gravada ser mostrada tantas vezes; o que já mostra a lentidão do filme. Assim como o maravilhoso bem me quer, mal me quer - que é lento e enrolado, assisti na esperança de um desfecho que valesse a pena (e ele não veio). No final, o protagonista fica tão insensível ao suicídio e ao sofrimento do filho do morto que resta ao expectador ter certeza que alguma ele aprontou pra merecer o assédio.
    Daniela P.
    Daniela P.

    2 seguidores 2 críticas Seguir usuário

    1,0
    Enviada em 25 de dezembro de 2014
    Mais um para a lista de tempo perdido!! O fato daquele galo sem cabeça e o cara cortar a jugular, e ainda os desenhos infantis sanguinolentos seriam indicativos para um deslinde de criatividade, mas não tem essa de ser diferente, não tem arte, não tem Juliette Binoche que ajude a segurar um roteiro tão fraco. Machado de Assis na noite de núpcia de Bentinho e Capitu abriu um parêntesis à imaginação do leitor.. mas nada é tão sacaneativo quanto um mistério que te segurou 2 horas não ser desvendado no final da trama.
    ucatani
    ucatani

    1 crítica Seguir usuário

    2,5
    Enviada em 9 de fevereiro de 2012
    Sinceramente, estou chocado com os comentários que li aqui sobre esse filme.
     
    "Final decepcionante", "chato", "sem estrutura narrativa", "bobagem sem precedentes", "pior filme da minha vida". Onde alguém pode querer chegar fazendo essa crítica de boteco?
     
    Bando de impressionistas patéticos, vocês deveriam examinar suas cabeças. Há certa dignidade em assistir só a filmes de kick-boxing, mas não há nada mais terrível que um ser-humano desprovido de sensibilidade assistir uma obra-prima e ter a internet para vir aqui e externar sua demência.
     
    Façam-me o favor.
    alexandrepastre
    alexandrepastre

    7 críticas Seguir usuário

    2,5
    Enviada em 9 de fevereiro de 2012
    O final decepcionante para alguns é a ausência clara de uma resposta, de um final à Hollywood ou um quê de produto para consumir e descartar. Mas, ao contrário, a tônica do filme é incitar a reflexão do espectador ou  sobre o que pode ter acontecido, inclusive sobre as nuances que fazem parte do roteiro. Boas histórias continuam no imaginário do espectador. Será que Capitu traiu Bentinho?
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