A década de 80 foi marcada por catapultar a carreira astros "marombados" de ação do garbo de Arnold Schwarzenegger e Sylvester Stallone, e seus "exércitos de um homem só". Na mesma época, surgiram também, personagens que se transformaram em mais do que ícones do cinema - mesmo que não criados com essa pretenção. Eram figuras da cultura pop. Dentre esses últimos, no ano de 1987 surgia um dos maiores símbolos da ficção científica cinematográfica: o Predador.
Essa película, titulada Predador (Predator), traz um grupo de resgate - formada por trogloditas do porte de Carl Weathers e Jesse Ventura - liderados pelo major Alan "Dutch" Shaefer, ou se você preferir, o governator Arnold Schwarzenegger (Conan - O Bárbaro), parte para um missão de resgate em plena América Central, quando são perseguidos por um alienígena caçador.
A história é básica, não traz grandes reviravoltas ou mensagens para se pensar. Muito pelo contrário: é um filme despretencioso e que tem o foco na ação. A graça da película, aliás, estão no elenco, na figura do Predador (um show de maquiagem) e seus efeitos especiais (como a camuflagem na selva), indicados ao Oscar.
O diretor John McTiernan (Duro de Matar) acerta em cheio ao trabalhar (muito bem) os elementos visuais do filme e tentar pregar um certo suspense ao revelar a imagem do alienígena ao pouco, transformando-o em uma das "surpresas" do filme. Outro ponto positivo é a desagradável sensação do grupo de estar isolado em meio a um território desconhecido, caçados por um ser de outro planeta. Os confrontos e as mortes são bem feitas e criativas, com destaque para a batalha final entre Dutch e o Predador, que traz, em determinado momento, a clássica frase "Você é um filho da mãe muito feito". O final é previsível, mas não compromete o trabalho como um todo, já que se trata de um puro e simples filme de ação, inovado com elementos de ficção científica.
Os personagens, são bem trabalhados, apresentados com características e personalidades completamente distintas, mas que, como um time, se completam. Um curiosidade: a pessoa a encarnar o alienígena seria ninguém menos que Jean-Claude Van Damme, que desistiu, no segundo dia de filmagens, porque seu nome não apareceria nos créditos.
Em resumo, muita ação, correria, momentos de aflição e tensão tornam esse filme um dos melhores do gênero da década de 80 e de todos os tempos. Ganharia uma - interessante, porém inferior - seqüência anos mais tarde.
Um filme onde a ação, suspense, aventura e ficção envolvem do começo ao fim. O melhor filme de Schwarzenegger. Vale a pena ter uma cópia em casa.
Nota: 9,0