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Davi R.
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4,0
Enviada em 27 de junho de 2013
Desmundo é um filme impressionante, principalmente por sua produção. Impossível assistir ao filme sem pensar "quanto custou isso?", "onde eles arranjaram isso?". Figurantes indígenas, animais selvagens, embarcações antigas e vilas típicas da época; sem falar trilha sonora e na grande pesquisa linguística que levou os atores a falarem em português arcaico do século XVI. Todos esses elementos inserem o espectador na real atmosfera do Brasil colônia. Mas um bom filme histórico não é constituído apenas de produção técnica, em minha opinião o filme perdeu uma estrela por não saber contar a história com perfeição. Ao final do filme a impressão é de que a estória não estava completa e que faltava algo a mais; o filme possui apenas 1h e 40min de duração, e eu acho que estender um pouco mais não faria mal a ninguém.
Adaptação do livro Desmundo, de Ana Miranda, dirigido por Alain Fresnot, pouco visto, um trabalho incrível em que todo o elenco teve que aprender o português arcaico, tanto que o filme é apresentado com legendas para ajudar na compreensão. Em 1570, chega ao Brasil um grupo de órfãs enviadas pela Rainha de Portugal para desposar os primeiros colonizadores. Entre elas, vem Oribela (Simone Spoladore), entregue em casamento a Francisco de Alburqueque (Osmar Prado), um homem rude que a leva para morar com sua família em um ambiente afastado. Oribela estranha o marido, a sogra, a cunhada e a inóspita paisagem, por isso foge, pensando em voltar para Portugal. Francisco a recaptura e a acorrenta num galpão. Ela não está disposta a desistir e consegue a ajuda de Ximeno Dias (Caco Ciocler), um pescador amigo, para livrá-la da perseguição do marido e fazê-la voltar para a sua terra. Ganhou várias premiações no Brasil e exterior. Uma primorosa adaptação de nossa história muito subestimada. Para quem gosta da temática, imperdível.
Assim como aconteceu em algumas superproduções brasileiras, como "Mauá" e "Bufo & Spallanzani", o maior problema de "Desmundo" é que ele não possui alma, ele não consegue fazer com que o espectador entre na história e se importe com os rumos dos principais personagens. A produção técnica do filme é impecável, bem como a reconstituição histórica de vilas, caravelas, roupas e todos os demais acessórios do século XVI, mas a história em si é apenas mediana. Apenas nos últimos 20 minutos há uma melhora, que torna o filme mais atrativo, mas ainda assim ela logo é interrompida por um final meio que repentino. Mediano apenas.
A primeira coisa que chama a atenção no filme é a linguagem, ou seja, português do século XVI, o que torna os diálogos difíceis de serem entendidos sem as legendas. O livro de Ana Miranda deu origem ao roteiro do filme que retrata o Brasil inóspito do início da colonização. Como os portugueses que habitavam nosso país varonil começaram a desposar indígenas, o senhor rei da metrópole lusitana achou por bem enviar jovens brancas, portuguesas e órfãs para evitar que a miscigenação se tornasse regra. O Brasil era um desmundo, daí só fugitivos ou desesperados se decidiriam por mudar-se para cá. Oribela (Simone Spoladore) era uma órfã que foi escolhida por Francisco de Albuquerque (Osmar Prado) para ser sua esposa. Como não poderia ser diferente, Francisco era um ser rústico. Ela não se sujeitou às vontades do seu esposo e tentou fugir. Foi caçada e mantida em "cárcere privado" por ele. A distância entre os dois aumentou, apesar dela tentar disfarçar o seu desprezo pelo marido. O sonho de Oribela era voltar para Portugal e trabalhar como ama numa casa de família. Para tanto ela recorre à ajuda de Ximeno (Caco Ciocler), um novo cristão espanhol, que vive do comércio. A paixão dos dois, que pode ser antecipada desde as cenas iniciais do filme, se consome. Porém, o "carma" de Oribela não era ser feliz para sempre como nos contos de fada. A reconstituição de época, a fotografia e a edição são excelentes. No elenco quem se destaca é Osmar Prado. O mais importante é a visão feminina que temos dos primórdios da colonização. Alain Fresnot acertou na mosca para nossa sorte.
Como cinéfilo português tenho de saudar além da alta qualidade de Desmundo, designadamente a fotografia, o facto de pela primeira vez ter assistido um filme em Portugês arcaico. A obra assim falada ganhou mais veracidade e se tornou num documento de referência. Viva o cinema! Falado. Em Português.
Hoje assisti pela segunda vez o filme Desmundo. Gostei do filme porque ele retrata uma época, inclusive o português arcaico do século XVI. Graças às legendas foi possível entender o linguajar da época. Mais do que o enredo em sí, chamou-me a atenção o fato de ter mostrado o lado his- tórico do Brasil colonia. Os primeiros colonizadores, como é sabido, eram homens rudes e as mulheres não eram consideradas como iguais, aliás, o tratamento era mais parecido com o dispensado aos animais.
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