Este é daqueles filmes que você percebe nitidamente a densidade dos relacionamentos existentes entre os personagens apenas pelo modo como eles se tratam ou falam um com o outro. Trata-se de um filme pesado, muito bem dirigido por Mike Leigh, em que a tristeza, a revolta e o desapontamento estão visíveis em todos os personagens. Esta angústia existente é conduzida por Leigh de forma a explodir justamente no terço final, quando o casal protagonista expõe um ao outro todas as suas frustrações e medos, num diálogo duro e revelador, onde em vários momentos o silêncio diz mais que qualquer palavra. Ótimas atuações de Timothy Spall e, em especial, de Lesley Manville, que creio ser uma forte candidata ao próximo Oscar.