Média
4,0
813 notas
Você assistiu Chicago ?
2,0
Enviada em 9 de fevereiro de 2012
Por ser um musical, o filme tem toda sua ideologia de obrigatoriedade em ínúmeras aparições de músicas e danças, o que combinou bastante com o filme. O filme é bastante empolagante com uma excelente história e maravilhosas atuações. Excelente trabalho de Renée Zellweger.
Recomendo!
5,0
Enviada em 16 de março de 2015
O que é essa arma na sua cabeça?

Resenha do filme Chicago (2002)
por Luana Morena

O que você faria se uma injustiça, ou melhor, duas injustiças fossem cometidas diante de seus olhos
e de toda a Chicago no ano de 1924? A jornalista Maurine Dallas Watkins esteve lá e acompanhou
o julgamento das acusadas por assassinato Beulah Annan e Belva Gaertner, e, decepcionada, as viu serem absolvidas por todo o membro masculino do júri, apesar da inconsistência das versões dos crimes apresentadas por elas. Inconformada, Watkins foi para casa e escreveu uma peça. É isso mesmo, Chicago surgiu de uma denúncia baseada em fatos reais. Mas então para que as plumas, o glamour,
a beleza, a sensualidade? Bem, para criticar não é necessário estar ralhando, acusando, sendo desagradável. A ironia pode ser mais letal que uma dose
de arsênico.

Quanta diversão, lembra da festa do Oscar quando da premiação deste filme? A alegria ganhou!
Que meda... A verdade é que o tempo trás distanciamento, e poucos não encontrariam ali motivos para rir compulsivamente. Eu já o assisti para mais de vinte vezes, rindo sempre. Estou escutando a trilha neste momento. Doença?! Devoção. Poucos conseguiram ser tão satiricamente profundos ao apontar o que
a sociedade criou e oferece como sendo justiça e verdade, amparada pelas relações de poder.

As protagonistas são as assassinas Roxie Hart (Renée Zellweger) e Velma Kelly (Catherine Zeta-Jones)
e o advogado delas, Billy Flynn (Richard Gere). A inversão de papéis, com a valorização do feio, do imoral é o principal trunfo deste musical, que não apresenta nenhum mocinho ou mocinha para quem o espectador possa torcer, no auge da sua falsidade. O roteiro, que sofreu alterações desde a sua primeira versão, de 1926, estreou na Broodway como musical em 1975, já com as ótimas músicas utilizadas por Marshall em 2002, compostas pela dupla Kander e Ebb.

O resultado final foi uma história enxuta, onde as personagens manipulam o quanto podem a situação para alcançarem seus objetivos.

Dissecando mais a crítica escondida entre paetês, Chicago dispara contra a manipulação da mídia,
a corrupção de advogados, a celebração de criminosos, os julgamentos transformados em espetáculo circense, a crueldade e o egoísmo humano. O filme mostra como o mal prevaleceu e prevalece conforme
a habilidade do criminoso ou a manipulação da circunstância em uma sociedade cheia de possibilidades, frestas e interesses. E isso não é triste, não mais, pois já o sabemos há tempos e o aceitamos.

Tecnicamente falando, o filme também é impecável. Rob Marshall, Catherine Zeta-Jones, Renée Zellweger e John C. Reilly em suas melhores performances no cinema. A película conta ainda com edições muito bem feitas, onde nada sobra, tudo se encaixa para trazer de volta os anos 20 e dar o tom frenético das casas de Jazz do início do século passado. Excelentes dançarinos, ótima fotografia, no melhor estilo Cabaret, e a presença de Queen Latifah e Lucy Liu completam o elenco brilhante da obra que se tornou uma janela aberta no ano de 2002. Muito do que somos pode ser visto através desta incrível criação cinematográfica, que pinta com tintas coloridas a tão desbotada justiça humana.
5,0
Enviada em 16 de julho de 2020
A adaptação para o cinema foi brilhantemente realizada.
Esse filme é uma obra audiovisual que encanta pela teatralidade, musicalidade e coreografia - uma combinação que, no cinema, pode ser o caminho das bombas.
Atuações igualmente incríveis, direção impecável.
Chicago surpreende e enche os olhos, é sempre uma pedida certa - e como envelhece bem!
4,5
Enviada em 9 de fevereiro de 2012
Concordo com cada ponto que você destacou e mais ainda de como realmente Chicago é uma sátira a dualidade humana, que por mais destacada que seja nossa vida ela é somente "cinzenta" enquanto todos nós, internamente, a enxergamos como uma peça, um espetáculo! Incrível como muitas pessoas não enxergam isso no filme, ou o discriminam por ser um musical!
Diego M.

1 crítica

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5,0
Enviada em 26 de agosto de 2019
A equipe comandada por Rob Marshall teve um excelente cuidado com detalhes do filme e principalmente com as danças, mostrando grande habilidade em musicais. Mas o diferencial que pode se ver nessa obra é a forma que usaram as músicas e danças dando sentido e as tornando fundamentais. A trama foi muito bem construída e o mais importante, começa bem. Isso prende que esta assistindo logo de cara. Um destaque especial para os atores: Elenco extremamente habilidoso e embora não tenha como não destacar a forma que a atriz Catherine Zeta- Jones alternou o sentimento do espectador entre ficar contra e ao mesmo tempo encantado com ela e a forma que o grande ator Richard Gere conduziu o filme com incrível habilidade, deve-se dar atenção ao ator John C. Reilly que embora não teve um papel grande mostrou seu talento em momentos chaves como spoiler:
quando ele descobre que o filho não é dele e fica puto, depois acredita na mulher e logo depois descobre que era mentira. A expressão dele foi incrível
0,5
Enviada em 1 de outubro de 2023
Eu não vejo muitos filmes mas tive o desprazer de assistir esse. Péssimas atuações, enredo mal elaborado, cenas desconexas, contexto duvidoso. Queria entender o motivo de tanta premiação. Bons entendedores caso queiram perder um pouco de tempo, me expliquem.
4,5
Enviada em 28 de março de 2012
Para a maior parte das pessoas, num contexto intelectual, os melhores filmes são os antigos. Independentemente do gênero, é incontestável que os roteiros daquela época sejam mais puros, mais criativos e obviamente muito mais comprometidos com a arte em si do que os filmes mais novos. Embora vários representantes dos gêneros cinematográficos tenham conseguido alcançar um grau de excelência bastante similar ao de seus antepassados, os musicais há muito não chamavam atenção. Depois que Moulin Rouge estourou em 2001, Chicago (Chicago, 2002, de Rob Marshall) era outra produção que não poderia deixar de merecer certa atenção, especificamente por ser um musical.

A época é a década de 30. Cabarés, bebidas, intrigas, sexo, ocorriam em polvorosa na cidade dos ventos, como era chamada Chicago. No meio deste cenário, Velma Kelly e Roxie Hart cometem homicídios passionais e acabam na mesma prisão, onde partilham problemas não tão similares ocorridos entre as detentas. Próximas de serem condenadas à morte, elas independentemente contratam a mesma pessoa, Billy Flynn, advogado ambicioso e extremamente sagaz que surge como a última esperança para ambas.

O objetivismo que abre o longa trata-se de um desvio de atenção que causa ambiguidade em relação ao fluxo do roteiro (pois o passado das personagens permanece um mistério). Logo depois, descobrimos que não é exatamente necessário sabermos quem são essas pessoas, e sim o que elas querem, e é isso que irá traçar seus movimentos durante o filme: o propósito, a motivação que os impulsiona a satisafazerem seus desejos mais cobiçados.

São vários elementos que fazem de Chicago um bom filme, mas o mais peculiar é, sem dúvida, os números musicais bifurcados. De um lado, o explendor de um teatro, com direito à coreografia, platéia e um palco. Do outro, pessoas com caráter (falho ou não), sérias, mais do que atores em atividade, personalidades indecisas, movidas pela ganância ou que só querem chamar a atenção. Obviamente, o filme pende mais para o segundo lado, onde os conflitos precisam ser convincetes (e que exalta que um musical não pode ser só lantejoulas). Em contrapartida, os números musicais aparecem em momentos precisos, onde o expectador não poderia ter sido soterrado pela parte mais séria da trama para entender na pele o que realmente move cada personagem. Os números são divertidos, contagiantes e extremamente charmosos, o que é um substancial ponto positivo, e Rob Marshall consegue passar para a tela mais do que com talento essa bifurcação. Quando os personagens não são retratados em seus números musicais, eles são apenas pessoas, com roupas normais, penteados normais, e Dion Beebe contribui com uma excelente fotografia acinzentada, que expressa o quão pacato esse lado pode ser, independentemente da quantidade de intrigas. Porém, nos números musicais, tudo se transforma. As situações são ridicularizadas por metáforas hilárias, os figurinos são coloridos, e a fotografia anda lado-a-lado com a iluminação de um teatro, onde mais de uma paleta de cores, tanto na iluminação principal quanto na contra-luz, de repente surge - até os cones de luz podem ser vistos nos refletores!

Isso definitivamente faz de Chicago um sucesso, mas vemos aqui atuações inigualáveis de Renée Zellweger, Catherine Zeta-Jones e até mesmo Richard Gere. Renée brilha como Roxie, enquanto Gere atinge seu momento máximo de glória - apesar de seus 53 anos de idade durante as filmagens, o físico e o rosto do ator não aparentam mesmo essa idade. E enfim, com tantos talentos femininos, há ainda John C. Reilly, que interpreta o marido 'bobão' de Roxie. Ele rouba a cena toda vez que aparece ou falando bobagens, ou dando gafes, e ofusca todo o elenco quando expressa seus sentimentos de indivíduo cansado de ser passado para trás. O trunfo do filme, apesar de todos esses pontos positivos, é exagerar na comédia sem deixar o drama de lado, e sempre quando parece que o filme vai terminar com uma piada musical, aparece um momento dramático que muda tudo e contribui ainda mais para consolidar os personagens como pessoas de verdade. Como eu havia dito, a sátira está presente em cada número musical, e é mais do que bom poder ver os atores ironizando a eles mesmos. Chicago acerta na mosca, alternando números musicais que surgem como contra-ponto da realidade suja e das pessoas mesquinhas e interesseiras que protagonizam a longínqua história. E isto, por si só já é digno de uma antologia.
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