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Um visitante
2,5
Enviada em 3 de março de 2016
-Filme assistido em 03 de Março de 2016 -Nota 5/10
Woody Allen volta a falar de cinema em seus filmes.Ou seja,um filme dentro de outro filme.Assim como ele fez na década de 80 em "A Rosa Púrpura do Cairo",que na ocasião,foi bem melhor que esse. A única atração,é a bela homenagem que Allen faz a Hollywood.Ele insiste em focar na era mágica,relembra vários astros e estrelas.Uma pena,ver isso apenas do meio até o fim.
A história por trás de Dirigindo no Escuro, filme dirigido e escrito por Woody Allen, é bastante comum no universo hollywoodiano. Na obra, ele interpreta Val Waxman, um diretor que, nos anos 70 e 80, fez grande sucesso em Hollywood, mas que hoje enfrenta um período decadente na sua carreira, resumindo-se à direção de comerciais de TV. Por isso mesmo, Val abraça com unhas e dentes a chance que lhe é dada pelo produtor Hal (Treat Williams) de dirigir um grande projeto. O que ele não contava era com o fato de, devido ao estresse e à ansiedade, sofrer de cegueira temporária pouco antes do início das filmagens.
É justamente a cegueira temporária sofrida por Val Waxman que dá o tom cômico que Dirigindo no Escuro possui. Contando com a ajuda dos amigos que estão envolvidos nas filmagens - como o seu agente (Mark Rydell) e a sua ex-mulher (Téa Leoni) -, Val vai driblando as dificuldades, até conseguir entregar seu trabalho. Entretanto, esta dualidade presente no filme não é suficiente para fazer com que Dirigindo no Escuro se sobressaia dentro de uma filmografia tão extensa quanto a de Woody Allen. Na realidade, o filme faz parte do período nada profícuo vivido pelo diretor e roteirista no início desta década, até o lançamento de Ponto Final: Match Point, que marcou a virada criativa do diretor neste período.
Woody Allen cria um filme em que ao mesmo tempo critica aqueles que sempre lhe criticam e enaltece a influência européia na história do cinema. O diretor, roteirista, ator encarna Val Waxman, um cineasta que já viveu seu apogeu e agora vive tentando embarcar em uma empreitada que faça sua carreira decolar novamente. Enquanto não consegue acaba se sujeitando a pequenos serviços como realizar um comercial no Canadá a temperaturas extremamente baixas. Sua ex-esposa Ellie (Téa Leoni) vislumbra que o próximo roteiro a ser produzido pelo seu atual marido teria o diretor ideal na pessoa de Val. Mesmo a contragosto o produtor aceita e Val sem muita dificuldade também aceita (já que essa pode ser sua última chance como cineasta). Val só não esperava que uma cegueira psicológica fosse lhe atingir e que para não perder essa oportunidade ele teria que dirigir o filme as escuras. É interessante ver Allen fazer piadas com seu próprio passado. Assim como o diretor Val, Allen nunca foi bem visto por sua amada cidade (Nova York) e durante um bom tempo a crítica sempre escreveu coisas ruins sobre vários de seus filmes. Principalmente comparando os seus filmes contemporâneos aos antigos e quando decide realizar dramas é criticado por não fazer comédias. A França sempre foi um país que enalteceu cineastas que antes não eram bem vistos pelos críticos em geral. Um exemplo foi em relação a Hitchcock. Aqui essa influência é citada claramente. Em um gesto de visão sobre o futuro do próprio Woody Allen, Val acaba vendo que seu futuro na Europa será grandioso. Como sempre cito Woody Allen não perde tempo. Seus filmes sempre têm um começo rápido, sucinto para que o essencial entre e em seguida o filme seja desenvolvido. Logo no início há um contraste visual para dispor quem é bem sucedido e quem não é. Vemos Ellie em uma casa maravilhosa, debaixo de um sol forte enquanto Val está debaixo de um frio intenso e uma chuva torrencial. É interessante quando ele se diz cego em que há dois pontos, um em cada olho, que servem como função de enfatizar sua cegueira. Apesar de o roteiro estar sempre fazendo com que a história caminha para frente, dessa vez Woody Allen quis explicar demais o que não precisava. Um exemplo é quando seu filho traduz uma metáfora clara sobre sua cegueira. Apesar de a cegueira provocar cenas já vistas em outros filmes (clichês), consegue nos fazer rir. Um filme que apesar de pecar um pouco no que Woody Allen faz de melhor, o roteiro, o filme não deixa de provocar risadas e tem no mínimo um argumento interessante.
Trata-se de um dos filmes mais fracos da carreira de Woody Allen mas, ainda assim, com boas tiradas e interessante de ser visto. Para quem gosta do cinema de Allen sempre vale a pena ver seus novos filmes, mesmo que sejam menores, para poder se recordar de seus personagens neuróticos e se deliciar com suas tiradas inteligentes. É o que acontece neste "Dirigindo no Escuro". Apesar da idéia principal ser bem interessante - diretor fica cego logo no início das filmagens de um grande filme -, o melhor são as analogias que o filme faz entre Val Waxman e o próprio Woody Allen. Sim, porque há muito de Allen no personagem e, desta vez, não apenas em seu modo neurótico de agir. Diversas citações sobre Waxman são na verdade variações do que é dito sobre Allen como cineasta há anos: cinema de arte x cinema de autor e não-compreensão em seu país de origem são exemplos. Para quem conhece a carreira do diretor, tais comparações são imediatamente notadas dentro do filme. Apesar disto o filme carece de uma história que consiga sustentar um longa-metragem, vivendo apenas de algumas tiradas esporádicas. A partir de certo momento a piada da cegueira do diretor passa a se repetir continuamente, apenas mudando os personagens que o ajuda ou situações que, no final das contas, não são tão diferentes assim. O elenco coadjuvante também não ajuda muito, com exceção de Téa Leoni, que está bem em cena. Quanto aos demais nenhum deles consegue brilhar, cumprindo apenas o básico quando estão em cena. No geral trata-se de um bom filme, mas que está bem abaixo dos melhores da carreira de Allen.
Eu adorei e ponto! Woody sempre perfeito! Amo todos os seus filmes e dois que particularmente sempre revejo são os geniais "Match Point" e " Blue Jasmine"! 👏👏👏👏👏👏👏👏
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