Simplesmente o filme mais lindo de Natal que eu já vi na vida, da época em que as pessoas compreendiam o significado da celebração e vestiam suas casas e seus corações com gentileza, alegria e amor ao próximo.
OK, a tradução oficial do nome do filme é De Ilusão Também Se Vive, mas eu me recuso a chamá-lo assim, visto que o nome original é mil vezes melhor e essa tradução pífia nada tem a ver com ele. Então, vou simplesmente usar minha “autoridade” de tradutora profissional e chamá-lo como acho que todos deveriam: Milagre na Rua 34 (visto que seu título original é Miracle on 34th Street). Pois bem, Milagre na Rua 34 é um filme em preto e branco de 1947 que se passa na linda cidade de Nova Iorque (que, como todos sabem, fica ainda mais deslumbrante durante a época de Natal).
Tudo começa quando Kris Kringle, um velhinho de barba branca e olhos gentis (soa familiar?), percebe que o Papai Noel contratado pela loja Macy’s para a grande parada do Dia de Ação de Graças está bêbado e completamente sem condições de cumprir seu papel de bom velhinho. Ao reportar isso à responsável, uma mulher fria e insensível chamada Doris Walker, ela pede que ele, então, assuma o lugar do Papai Noel beberrão. Kringle topa o desafio e acaba sendo uma verdadeira sensação na loja, o que rende a ele um longo contrato como Papai Noel da Macy’s.
Kris Kingle, então, passa a fazer parte da vida de Doris e de sua filha, Susan, que foi ensinada pela mãe a não acreditar em nada fantasioso. Quando ele afirma (e insiste) ser o verdadeiro Papai Noel, Doris tenta afastá-lo, mas o sucesso dele na loja é tão grande que ela não tem outra saída que não aceitá-lo e conviver com ele. Kringle consegue, com seu espírito generoso e altruísta, criar uma nova campanha na Macy’s – ele próprio indica aos clientes as melhores lojas para comprar os brinquedos das crianças, mesmo que sejam concorrentes da Macy’s –, e isso logo se torna um estouro e garante à loja muito prestígio e, é claro, muitas vendas.
Todo esse papo de ser o verdadeiro Papai Noel deu pano pra manga e fez com que Kringle fosse internado em um hospital psiquiátrico depois de ter dado (inocentemente, é claro) com o guarda-chuva na cabeça de um psiquiatra dos mais mal intencionados. Kringle acaba sendo processado pelo médico e é levado a julgamento. O médico faz de tudo para provar que ele é louco, mas o advogado de Kringle - vizinho de Doris - promete conseguir provar que ele é realmente o Papai Noel.
Depois de muito pensar em como resolver a situação, o advogado tem uma brilhante ideia e pede que os Correios (que é uma empresa federal, ou seja, pode "emitir" provas legais) levem todas as cartas escritas por crianças endereçadas ao Papai Noel ao tribunal. Milhares de cartas são levadas e o juiz, pasmo, confirma que o Papai Noel realmente existe e Kringle é liberado.
Uma história bonita, comovente e simples. O que mais se pode querer para o Natal?