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Rafael V
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210 críticas
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5,0
Enviada em 1 de outubro de 2013
Mais um filme de Oliver Stone sobre fatos históricos reais, no caso de: "Salvador - O Martírio de um Povo", Stone sempre polêmico, fala sobre a Guerra Civil de El Salvador, que ocorreu em meio a mais uma tentativa de intervenção norte-americana sobre outras nações. O filme enfoca, principalmente, os dramas vividos pelo povo civil e inocente daquele país, que não tinha como se proteger, vivendo em péssimas condições de sobrevivência, vivendo numa profunda miséria e pobreza. Oscar de melhor ator para a realística e humana atuação de James Woods, boa também a atuação de James Belushi. Ótimo filme! Stone em sua melhor forma! Nota: 9.
Salvador - O Martírio de um Povo (1986) conta a história do fotojornalista Richard Boyle, personagem real que esteve em El Salvador, no início da década de 80 para cobrir a guerra civil entre grupos de esquerda liderados pela Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional e grupos de direita apoiados pelo governo norte-americano. Eram os anos finais de Guerra Fria, período em que as duas superpotências da época (Estados Unidos e União Soviética) dividiam praticamente o mundo entre suas respectivas zonas de influência econômica, política e militar. Além disso, a eclosão da guerra civil coincidiu com a chegada ao poder do presidente Ronald Reagan, ferrenho anticomunista a quem coube derrotar alguns anos depois o império soviético.
Esse é o contexto histórico a que se refere o filme e sob o qual ele foi produzido, o que deixa marcas indeléveis na narrativa apresentada pelo diretor Oliver Stone, que é francamente favorável aos rebeldes de esquerda que tentavam tomar o poder em El Salvador.
Isso não torna o filme necessariamente ruim (muito pelo contrário!), mas acaba fazendo com que determinados personagens do filme, bem como certas cenas da trama pareçam meio estereotipada quando vistos algumas décadas depois - guardadas as devidas proporções, só que no "corner" ideológico oposto, como ocorre com o Rambo, da trilogia homônima, produzida mais ou menos na mesma época.
Não obstante, o diretor não deixa de apontar corajosamente, e sem muito romantismo, como a violência envolvida em todo e qualquer processo revolucionário por vezes acaba igualando "heróis" e "mocinhos" dentro da mesma lógica, que é a lógica da guerra, a justificar mesmo os atos completamente injustificáveis.
Em resumo, trata-se de um autêntico "registro de época", digamos assim, com todos os defeitos e qualidades inerentes a esse tipo de obra: poderia ter dado errado, e muito errado, mas os toques do gênio cinematográfico de Stone presentes em certos detalhes da película (chamo a atenção para as cenas finais, por exemplo) a tornam digna de ser assistida, ainda hoje, trinta anos depois.
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