Uma historia daqueles que tem cara de “Baseados em Fatos reais”, mas fica só na imaginação, “Gênio Indomável” é uma deliciosa e inspiradora ficção roteirizada por Ben Affleck e Matt Damon, que além de serem ótimos atores se demonstram bons roteiristas, e principalmente, ótimos contadores de historia. O roteiro conta a historia de Will, um jovem de 20 anos com um passado e um presente conturbado, que é descoberto por um renomado matemático como um gênio, mesmo portador deste tom incrível, o mesmo o renega e questiona o sentindo da vida, inteligência, futuro, amor e sociedade. Esse questionamento presente no filme é o que molda a sua moral, que é conjecturar o sentido da amizade e vida, para Will a amizade define a vida, e seu melhor amigo o faz ver que ele tem um futuro brilhante e que não vale a pena a estagnação em troca de sua amizade, mostrando-se assim, realmente, um grande e fiel amigo, o amor é colocado em pauta e até as próprias escolhas da vida, pois as vezes o que o coração diz vale mais do que a razão, mesmo assim, o longa fica muito focado no personagem do Will e deixa todas essas mensagens mais de lado, inclusive o personagem do professor Sean, que é fabuloso e extremamente tridimensional. O filme brinca muito com a câmera, temos muitos zoom in e out, cortes rápidos e mudanças de enquadramentos, e uma fotografia cinzenta muito cara dos anos 80-mesmo o filme sendo de 97-, a trilha sonora é pouco presente mas o diretor Gus Van Sant brinca com referencias visuais e se utiliza da cultura pra debochar do telespectador, quando mais inteligente, mais cego e mais você está sendo manipulado e se perdendo, é uma mensagem questionável, mas o filme a explica muito bem para o telespectador mais atendo. Matt Damon está ótimo no papel, cara de menino, e pose de menino e ele entende seu personagem como poucos, até porque ele mesmo o escreveu, escreveu e soube o viver, não é uma atuação genial e fora de serie, mas é uma ótima atuação de alguém que nem parece estar atuando, apenas vivendo o personagem, Robin Willians está maravilhoso, ele passa uma ar de pura paz misturada com uma intranquilidade notável, seu personagem é maravilhoso. Gus Van Sant é um daqueles diretores completos, ele não é genial, mas domina as diversas áreas de um set e sempre faz um bom trabalho. Por fim, “Gênio Indomável” é um filme notável, e uma deliciosa ficção que se lê como uma lição de vida.