Miami Vice: Críticas - Página 3

Tenho de admitir que não fui fã da série de televisão que deu nome ao filme, isso nos anos 80. Lembro-me das propagandas que mostravam dois policiais bem vestidos, chiques, nas ruas de Miami. O diretor da série é o mesmo do filme: Michael Mann, cujo currículo inclui o recente "COLATERAL". Isso explica a opção do diretor por filmar em video digital. A atmosfera fica mais sombria. "MIAMI VICE" não é daqueles filmes que levam a petizada ao delírio, ou seja, corpos sendo atirados a distância após serem acertados por metralhadoras, sangue jorrando de corpos estraçalhados, etc. Aqui a temática é mais adulta; os dois tiras, Sonny (Colin Farrell) e Tubbs (Jamie Foxx) têm como missão entrar como agentes infiltrados no narcotráfico colombiano para trazer à baila as figuras centrais da entrada de drogas nos EUA. Em certas situações os papéis de um policial pode guardar muitas semelhanças com os de um bandido. Michael Mann não acredita em personagens 100% definidos pelo bem ou pelo mal. Esta é o grande trunfo do filme. A presença da chinesa Gong Li no papel da sino-cubana Isabela, amante do chefão do narcotráfico e responsável pelos investimentos do grupo é soberba. É justamente Isabela que leva o policial Sonny para tomar uns drinques denominados "mojitos" em Havana, sua cidade natal. Eles saem de Miami, com uma super lancha, e vão desfrutar do clima afrodisíaco da Cuba, de Fidel Castro. O romance entre os dois é um dos pontos centrais do filme. Gong Li dançando ritmos latinos e sensuais, quem diria? A fotografia é excepcional. Miami é mostrada carregada de nuvens a maior parte do tempo. Como ponto fraco estão as atuações dos chefões do narcotráfico, Montoya (Luis Tosar) e Yero (John Ortiz), caricaturais ao extremo. De resto, "MIAMI VICE" irá agradar em cheio as platéias exigentes.