Existem filmes que marcam a infância. Por mais que essas produções soem de maneira tosca nos dias atuais, já que na época não tinham tantos recursos como hoje, elas resgatam a nostalgia que tanto nos encantou no passado. É o caso de “Mestres do universo”, a única adaptação cinematográfica, até então, sobre o emblemático personagem He-Man.
Ao ver o castelo de Greyskull dominado pelo Esqueleto (boa atuação de Frank Langella), He-Man (bem caracterizado por Dolph Lundgren) e seus fieis escudeiros Mentor e Teela tentam salvar o reino de Etérnia, porém acabam entrando por um ‘portal do tempo’ e caindo no planeta Terra. Para retornar ao seu mundo, He-Man deve procurar a chave cósmica que abre o tal portal, que também viajou pelo tempo, antes que Esqueleto se apodere dela e governe Etérnia com as ‘forças do mal’.
A fraca direção e o roteiro repleto de furos são pontos negativos na adaptação e foram eles os responsáveis pelo fracasso de crítica e bilheteria na época. Os equívocos começam pelo próprio He-Man que se mostra um simples guerreiro (e quase coadjuvante na trama), não há o alter-ego Adam assim como o tigre Pacato/Gato Guerreiro e o mago Gorpo que é substituído pelo anão inventor Gwildor.
Além das inúmeras situações piegas, a idéia de seres fantásticos de outras dimensões que ‘visitam’ o nosso planeta não cola hoje, mas funcionou bem para a garotada na época devido ao ‘choque cultural’ que trazia lições de moral. Talvez seja esse o grande trunfo do filme ao resgatar, não só o bom humor típico do desenho animado, mas a atmosfera que tanto deslumbrou a criançada.
Apesar do baixo orçamento (US$ 17 milhões), o longa tem bons figurinos, cenas de ação e efeitos visuais aceitáveis (ao estilo “Star Wars”), no entanto, a direção de arte ‘econômica’ deixa a desejar em relação ao estilo de produção fantástica que estava na moda nos anos 80. Contudo, as expectativas são boas para uma possível adaptação mais ambiciosa de He-Man. Que venha logo os novos ‘poderes de Greyskull’.