Xavier (Romain Duris) é um estudante de economia francês, que com a finalidade de conseguir um bom emprego após a sua formatura, recebe a dica de estudar espanhol da parte de um ex-colega de seu pai. Depois de enfrentar uma enorme burocracia, ele consegue ser aprovado pelo programa "Erasmo", para estudantes universitários, e pega o avião em Paris para aterrisar em Barcelona. Já no aeroporto ele conhece o casal formado por um neuro-cirurgião logorréico e sua esposa, Anne-Sophie (Judith Grodeche). É no apartamento do casal que Xavier permanece nos primeiros dias da capital da Catalunha. Após vários telefonemas e visitas, Xavier é aprovado a entrar numa república, cujos membros eram originários dos mais variados países: Wendy (Kelly Reilly) é inglesa; Soledad (Cristina Brondo) é a única espanhola; Lars (Christian Pagh) é dinamarquês; Alessandro (Federico D´Anna) é italiano; Tobias (Barnaby Metschurat) é alemão; Isabelle (Cecile De France) é belga. Enfim, o albergue espanhol seria um microcosmo do resultado da união européia. O narrador Xavier que é um francês enfadonho e "certinho" no início do filme, vai ganhando em vitalidade e alegria ao entrar em contato com as mais variadas influências culturais e afetivas. O convívio multinacional e multiracial é possível, cada um com seu sotaque, seu comportamento, sua sexualidade, enfim, com suas idiossincrasias. Ao retornar para Paris após um ano de estadia em Barcelona, Xavier desiste do seu emprego como economista voltado para o mercado espanhol e decide escrever um livro, cujo título é homônimo ao do filme que ora analisamos. Viva a utopia, é o mote de Cédric Kaplich. Barcelona, na sua visão, tornou-se a capital mundial do amor e da tolerância. Cédric, certamente, gostaria que tal espírito se espalhasse por todo o continente europeu. O excesso de personagens obriga o roteiro a dar uma visão superficial de todos eles. O ator Romain Duris não tem o carisma necessário para conquistar o espectador. Não fossem esses detalhes o resultado seria muito melhor.