Média
3,0
270 notas
Você assistiu Anora ?
4,5
Enviada em 4 de janeiro de 2025
Sean Baker tem essa coisa de explorar os marginalizados sexuais. Prostitutas, travestis e atores pornôs são figuras carimbadas em seus roteiros. Mas sempre com aquele toque humanizado que só ele sabe dar.

Anora não é diferente. Essa personagem sensacional - muito se deve a incrível atuação - nos faz vibrar torcendo por ela e também nos identificamos com ela estando do "lado mais fraco da corda que arrebenta". Por ser um filme sobre jogo de poder, vemos o quanto estamos muito mais acuados e próximos da prostituta sem perspectiva de vida do que dos grandes magnatas mundiais. Até mesmo seus funcionários estão mais próximos da prostituta do que os próprios patrões. Para eles, somos, de fato, apenas peões pra se divertir e ser sacrificado quando convir.

O que mais gostei no filme é como ele explora essa ideia de um jeito muito leve, que você mal vê o tempo passar. Se puder dar spoilers de emoções, posso dizer que você vai rir, sentir muita raiva, muita agonia e por fim vai chorar. A edição e a fotografia também são pontos de destaque que contribuem imensamente para cravar Anora como mais um sucesso desse diretor que tem sido um dos meus favoritos da nova safra.
4,0
Enviada em 25 de janeiro de 2025
Após um hiato de três anos, Sean Baker retorna com Anora, uma obra que reafirma sua habilidade em explorar personagens marginalizados com profundidade e autenticidade. Conhecido por filmes como The Florida Project e Tangerine, Baker utiliza sua assinatura narrativa para capturar as nuances da humanidade, desafiando estereótipos e desconstruindo ideias preconcebidas. Desta vez, ele tem em mãos seu projeto mais ambicioso até então, com uma distribuição internacional robusta e um desempenho impecável de Mikey Madison, que entrega a atuação de sua carreira.

Baker divide Anora em duas metades distintas, mas complementares, cada uma sustentando pilares narrativos que envolvem e surpreendem o espectador. Na primeira metade, o diretor nos apresenta à protagonista Anora, uma dançarina exótica cuja vida gira em torno das complexidades do trabalho sexual e da busca incessante pelo "sonho americano". Aqui, Baker mergulha na vivência de Anora com um olhar afetuoso, mas realista, equilibrando momentos de curtição desenfreada — regados a sexo, bebidas e festas — com uma sutil construção do dilema emocional que ela enfrenta. Essa parte inicial do filme é essencialmente uma ilusão, uma celebração fugaz antes que a narrativa exponha as consequências desse estilo de vida.

A introdução de Ivan, um parceiro aparentemente encantador que oferece a Anora uma chance de viver esse sonho de forma despreocupada, adiciona camadas de ambiguidade à trama. A relação entre eles flutua entre o interesse financeiro e a possibilidade de um vínculo mais profundo, mantendo o público em constante expectativa. Baker também planta indícios sutis do que está por vir, preparando o terreno para uma transição dramática que marca a segunda metade do filme.

Quando a virada ocorre, Anora transforma-se em uma montanha-russa emocional. O ritmo frenético ainda permanece, mas agora com uma narrativa mais introspectiva e dramática, expondo os impactos das escolhas feitas pelos personagens. Baker, no entanto, não se limita ao drama; ele mescla cenas carregadas de peso emocional com momentos de humor e leveza, criando uma experiência cinematográfica equilibrada. A habilidade do diretor em explorar temas sensíveis de forma acessível é um de seus maiores trunfos, e isso é amplificado pela fotografia naturalista de Drew Daniels, que captura os Estados Unidos com um realismo envolvente.

O coração de Anora é, sem dúvida, Mikey Madison. Conhecida por seu papel em Era Uma Vez em Hollywood, Madison entrega uma performance que transita entre a comédia e o drama com notável maestria. Sean Baker, ciente do talento da atriz, constrói o filme em torno de sua personagem, permitindo que Madison brilhe em cada cena. Sua atuação é ao mesmo tempo visceral e sutil, transmitindo emoções complexas sem exageros. Embora os coadjuvantes tenham seus momentos de destaque, é Madison quem carrega o filme, oferecendo uma atuação multifacetada que exige tanto carisma quanto vulnerabilidade.

Outro ponto alto de Anora é a habilidade de Baker em transformar temas potencialmente pesados em algo palatável, sem diluir sua importância. Questões como trabalho sexual, desigualdade social e a busca por validação permeiam o filme, mas são abordadas com delicadeza, permitindo que o público reflita sem se sentir sobrecarregado. Essa abordagem evita o didatismo e reforça a autenticidade da narrativa.

Em resumo, Anora é um filme que cativa, diverte e provoca reflexões profundas. Sean Baker demonstra mais uma vez seu talento para capturar a essência da humanidade em seus aspectos mais contraditórios, entregando uma obra que é tão equilibrada quanto envolvente. Com uma direção segura, uma protagonista arrebatadora e uma narrativa que transita com fluidez entre leveza e impacto, Anora é um triunfo que reafirma Baker como um dos grandes nomes do cinema contemporâneo.
4,5
Enviada em 21 de dezembro de 2024
Performance marcante e direção inovadora que traz frescor ao gênero.
"Anora" (2024), de Sean Baker, é um dos filmes mais aclamados de 2024, vencedor da Palma de Ouro em Cannes. A trama segue Ani (Mikey Madison), uma stripper de NY que se casa com o jovem magnata russo Vanya (Mark Eydelshteyn) por interesse, mas logo se vê envolvida em um drama emocional profundo. A direção de Baker brilha, assim como as performances do elenco, especialmente Madison, que entrega uma atuação multifacetada. Comparado a clássicos como "Uma Linda Mulher" e "Noites de Cabíria", Anora mistura humor e tragédia de forma única.
4,0
Enviada em 24 de janeiro de 2025
Sinopse:
Anora é uma prostituta do Brooklyn que casa impulsivamente com o filho de um oligarca russo. Mas o seu conto de fadas é ameaçado quando a família dele quer anular o casamento.

Crítica
"Anora", dirigido por Sean Baker, é uma obra marcante que combina comédia e drama de forma habilidosa. O filme apresenta Ani, uma jovem stripper uzbeque-americana, em uma narrativa que explora temas de identidade, amor e a luta pela liberdade em um ambiente urbano complexo. Baker, conhecido por seu olhar sensível e sua habilidade em capturar a essência da marginalidade, mais uma vez nos brinda com uma trama envolvente que revela profundidade emocional e nuances culturais.

A performance de Mikey Madison como Ani é impressionante. Ela consegue transmitir vulnerabilidade e força em igual medida, fazendo com que o público se conecte profundamente com sua jornada. A relação com Ivan, interpretado com carisma, acrescenta uma camada de romantismo ao enredo, brindando ao espectador momentos de ternura, mas também de tensão, à medida que os desafios se acumulam.

O filme é visualmente deslumbrante, com Baker utilizando a vibrante atmosfera de Brighton Beach para intensificar a narrativa. As cenas são compostas de maneira a capturar tanto a beleza quanto a dureza da vida na cidade, refletindo o dualismo que permeia a história de Ani. A cinematografia, cheia de cores vivas e detalhes sutis, ajuda a construir uma ambientação que se torna um personagem à parte.

Baker aborda com habilidade os dilemas morais das escolhas de Ani, fazendo com que o público reflita sobre o que significa amar e sacrificar-se por aqueles que amamos. "Anora" não é apenas uma história de amor; é uma potente exploração das aspirações e desafios de uma mulher em busca de liberdade em um mundo que muitas vezes não é gentil.

Em suma, "Anora" é uma adição significativa à filmografia de Sean Baker, que reafirma sua capacidade de contar histórias com empatia e uma perspectiva única. É um filme que ressoa e provoca, deixando uma impressão duradoura.
4,5
Enviada em 27 de dezembro de 2024
Anora é um filme que sai um pouco do padrão que temos no cinema recente. Não é o melhor filme do ano na minha opinião, mas é uma obra que acerta em quase tudo, atuações, roteiros, equilíbrio entre humor e drama.
No decorrer do filme, minha percepção sobre o rumo da história foi mudando. Eu achava que seria algo mais dramático e mais "gangster", mas se tornou um drama romântico com muitos bons alívios cômicos.
Gosto de filmes que ao acabar, me deixem pensando(e até pesquisando), no que aconteceu, porque os personagens agiram daquela forma. E acho que essa interpretação ampla fez o final ser ótimo para mim.
4,5
Enviada em 3 de março de 2025
Anora é bonito, bem feito e o sonho da Cinderela moderna. Quase uma releitura de clássicos. Mas no fundo é triste e bem deprimente, onde nada muda e a felicidade não passa de ilusão. Um roteiro realista e bem executado, com ótimas cenas e muita atividade. Não levaria o Oscar, ao meu ver, mas é um ótimo filme.
4,0
Enviada em 19 de fevereiro de 2025
Anora é um filmaço. Fazia tempo que eu não me sentia tão imerso num filme desse jeito, a ponto de me imaginar passando por algo parecido e tentando entender como caralhos Sean Baker escreveu esse roteiro. A história é simples, mas muito bem escrita, e a direção é absurda de boa.

O caos desse filme é uma coisa linda: te faz rir, te deixa angustiado, te emociona e ainda consegue jogar umas porradas de realidade na sua cara. E o mais doido é que eu nem consigo encaixar Anora em um gênero – e nem precisa. Ele fala sobre o sonho americano, sobre choque de realidade e conta uma história que normalmente não veríamos desse jeito, pela ótica da protagonista vivida pela Mikey Madison, que entrega tudo.

A real é que esse filme é intenso, cru e cheio de personalidade. Assistam, mas, por favor, longe dos seus pais, porque né… stripper. No mais, sigo Time Fernanda Torres e Ainda Estou Aqui no Oscar, mas Anora também merece MUITO!
4,0
Enviada em 9 de março de 2025
Anora foi um filme dirigido e roteirizado por Sean Baker. De fato, é um filme que arrasta um polêmica não de apenas ter vencido a categoria de melhor filme do ano, mas também de denúncia de plágio e todo os problemas envolvendo Baker em suas redes sociais. Anora recebeu 6 indicações ao oscar de 2025: melhor ator coadjuvante (Yura Borisov), melhor filme, melhor atriz (Mikey Madison), melhor direção, melhor roteiro original e melhor montagem (vencendo as 5 últimas categorias).O filme conta a história de Anora (Mikey Madison) que é uma prostituta do Brookylin e acaba conhecendo um filho de um oligarca russo, Zakharov (Mark Eydelshteyn). O garoto acaba se apaixonando pela jovem e decide em poucos dias se casar com a mesma. O casamento acaba despertando do interesse da família russa (pai e mãe) de anular o casamento o quanto antes. Para isso, acaba enviando 3 capangas para fazer isso. O filme funciona como um conto de cinderela nos dias atuais e como Baker gosta de trabalhar em seus filmes sobre minorias, apostou em uma garota de programa dessa vez. O primeiro ato do filme (um pouco cansativo e repetitivo) acaba mostrando como é a vida de Anora, mas foca muito em como é a vida de luxo e de festas do Zakharov. Mesmo antes do pedido de casamento, já sabemos que a relação de ambos estar fadada ao fracasso, pois as diferenças sociais são gritantes e a pobre da Anora parece realmente ter depositado a sua crença no amor nisso. O filme começa a ficar interessante em seu segundo ato com a chegada dos capangas em especial um deles que rouba a cena, Igor (Yura Borisov), pois se comporta diferente dos demais, sendo mais sensível e compreendendo e por vezes ficando do lado de Anora. Os tons de comédias muito atribuídos a situações cômicas vivenciadas por Anora e pelos 3 capangas deixa o filme mais leve. Mas é no seu terceiro ato que a personagem mostra a sua fragilidade e é onde a Madison realmente brilha. Podemos dizer que é um filme bom e que muito vão discordar de ter vencido a categoria de melhor filme (na visão de muito o diretor errou na mão e mostrou o lado sexual muito explicito). Mas não da para desmerecer a atuaão da Madison que fez um excelente interpretação e nas métricas do Oscar ( e aqui estamos falando de uma premiação dos EUA) realmente foi a verdadeira merecedora.
4,0
Enviada em 10 de março de 2025
O filme consegue provocar um misto de emoções, no início aparenta ser uma comédia ao estilo Bruna surfistinha, mas a partir do momento que os capangas do leste europeu surgem na história o filme embala e garante grandes emoções!
A atuação de Mikey Madison foi sensacional.
4,5
Enviada em 10 de fevereiro de 2025
Uma baita filme, no início uma comédia tão boa, tantas risadas e do nada uma mudança radical pra um drama pesado e carregado, valeu a pena a ida ao cinema
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