Média
3,7
100 notas
Você assistiu Anora ?
2,0
Enviada em 1 de fevereiro de 2025
Desagradável surpresa gerada pelas altas expectativas produzidas pela crítica especializada, Anora parece querer brotar de uma ingenuidade incompatível com o nosso tempo. Como se a construção de um roteiro baseado na dura realidade da manipulação hiperssexualizada dos afetos mediada pelo poder econômico, já bastante conhecida e explorada em outras películas, fosse arrebatar a plateia para um mundo novo e promover reflexões profundas sobre a dinâmica social em questão.
Pelo contrário, a linguagem de Sean Baker, que pode parecer uma isca despretensiosamente construída para capturar a empatia da audiência sem criar melodramas baratos, serve, na verdade, como uma barreira emocional de difícil transposição para o espectador acessar a essência do sofrimento físico e psíquico produzido pela forma de vida da protagonista, que parece desfrutar lívida e prazerosamente de seu destino. Mesmo considerando a situação como proposital, para possivelmente promover a reflexão metalinguística da impossibilidade subjetiva do alcance empático do homem-diretor do filme às Anoras, fruto de uma sociedade patriarcal machista e misógina, o minimalismo de Sean Baker na apresentação de pistas para os seus interlocutores faz sua proposição falhar pelo menos para o grande público.
E se a intenção era apenas enfrentar a previsibilidade do insucesso de um relacionamento amoroso entre um personagem da burguesia e outro do proletariado, requentando o tão batido “não materno” na escolha da amada pelo amado, a função política da obra se perdeu na normalização e conformismo dos arranjos sociais perversos, como se a luta por melhores condições de vida fossem irremediavelmente infrutíferas. Isso parece estar justificado na ação de um inimigo estrangeiro, no relacionamento bipolar EUA (Anora) e Rússia (Ivan), postos como vítima e opressor, ou o bem e o mal. Uma obra tediosa, embora histérica, que contribui pouco para os debates sobre a violência de gênero e a necessidade de redistribuição do poder social e econômico em um mundo multipolar globalizado.
2,0
Enviada em 31 de janeiro de 2025
Em alguns momentos do filme, achei que estava assistindo a uma típica comédia pastelão. A proposta que se apresenta no prólogo gera uma estranha expectativa de que vamos acompanhar um conto de fadas virado do avesso. Mas no decorrer do filme essa perspectiva vai se desfazendo gradativamente. Algo que me incomodou, e muito, foram as atuações. Muitas delas, como a de Toros (mentor de Vanya) e Galina (mãe de Vanya), foram extremamente exageradas, destoando dos demais, quase beirando ao caricato. Sem contar com o excesso de gritarias e vários personagens falando ao mesmo tempo, ora em inglês, ora em russo, o que quase me fez levantar e ir embora. Com poucos momentos de destaque , vale mencionar o personagem Igor- uma atuação comedida de Yuriy Borivov- e a sua relação com Anora , principalmente no epílogo, que soa como uma bálsamo em meio a um filme estranho, cansativo e esquecível.
0,5
Enviada em 31 de janeiro de 2025
até o big brother é menos previsível q esse filme. péssimo. Roteiro tosco. parece um filme da sessão da tarde mas com cenas explícitas.
5,0
Enviada em 30 de janeiro de 2025
Todos os ingredientes para um grande filme. Madson como centro gravitacional deste filme que mostura drama e comédia em uma montanha russabde alterações ao longo da trama. lembra filmes russos e vale por cada minuto. Não perca!
FeTeles

1 crítica

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2,0
Enviada em 29 de janeiro de 2025
Que filme ruim! Sério! Eu estava esperando bem mais e quando chegou, foi uma bosta. De engraçado não tem nada. Um monte de cenas de sexo, um monte de palavrões, um menino mimado e um sonho de uma garota de programa pobre.
O filme mostra uma realidade que já sabemos, tentou ser uma Cinderela na vida real, ou seja, que não dá em nada. Apenas isso.
Durante todo o filme você fica esperando acontecer algo que o faça bom, mas termina o filme de uma maneira ainda pior que o restante do filme.
Enfim… Ainda sem entender como esse filme foi indicado ao Oscar…
1,0
Enviada em 29 de janeiro de 2025
Pra mim só provou o quanto Hollywood está em decadência e o Oscar mais ainda.

Inacreditável um filme desse ser indicado a melhor filme.

Filme medíocre.
Roteiro pessimo. A cada 10 palavras, 9 é palavrão. Cenas de sexo uma atrás da outra sem sentido algum.

História totalmente tosca e com final pior ainda. Parece filme de adolescente (e filme ruim, pois tem muito filme adolescente bom).

Ultimamente se concorre a Oscar, pode correr!
5,0
Enviada em 27 de janeiro de 2025
Anora “Ani” Mikheeva (Mikey Madison) é uma stripper de uma casa noturna de alto padrão, o “Headquarters”, em Nova York, onde ela conhece Ivan Zakharov (Mark Eydelshtein), filho de um milionário mafioso russo, que a contrata por uma semana, se apaixona e decide se casar com ela.

Comédia romântica que começa parecendo uma derivação de UMA LINDA MULHER (Pretty Woman, 1990) mas que toma um rumo bem diferente e excitante (em todos os sentidos). E, se Mark Eydelshtein não é nem sombra de Richard Gere, Mikey Madison se sai muito bem como uma Julia Roberts da geração Z, mais empoderada, mais feroz, mais cínica e bem pouco romântica. A atriz está virtualmente em cada quadro do filme do qual é a cara, a alma e o coração. A simpatia da audiência está toda do seu lado e contra qualquer obstáculo que surja contra a sua felicidade. O diretor, roteirista e editor Sam Baker faz um trabalho estupendo em introduzir o personagem de forma quase informal, quase blasé e, aos poucos, nos fazendo apaixonar por ela. Na segunda metade o filme muda completamente de foco, de ritmo, de cores e de dores. Sem spoilers, mas a entrada em cena de Igor (Yura Borisov) e Toros (Karren Karagulian) injetam muita ação, muito humor e uma nova dinâmica à história, que até então, vinha bastante açucarada. Destaque para Yura Borisov, com seu Igor caladão que vai ocupando o pouco espaço deixado por Madison e vai ficando mais e mais apaixonante.

O filme é uma rajada de ar fresco no gênero comédia, que me fez dar altas gargalhadas (coisa rara) e vibrar como se fosse um filme dos Vingadores. Os rostos novos, a fotografia colorida e suja (sem se tornar feia), a direção de arte caprichadíssima nos detalhes de uma Nova York underground pouco conhecida, o design sonoro ridículo de bom, com direito a música contagiante e a edição... ah, a edição inspirada e impecável do próprio diretor que é quem nos deixa com aquela vontade doida de sair dançando na rua. Recomendo com todas as minhas forças, sem restrições. O filme foi premiado com a Palma de Ouro em Cannes, foi eleito o Melhor Roteiro do ano pelos Críticos de Nova York, top 10 do National Board of Review, e melhor filme pelos Críticos de Los Angeles. Emplacou sólidas 5 indicações ao Independent Spirit, 3 ao SAG, 7 ao BAFTA e 6 ao Oscar.

Para quem ficar com a sensação de já conhecer a gracinha da Mikey Madison sem conseguir se lembrar de onde: ela fez uma pontinha em ERA UMA VEZ EM... HOLLYWOOD (Once Upon a Time in... Hollywood, 2019), de Quentin Tarantino, onde era aquela integrante do culto do Charles Mason em quem o Leonardo DiCaprio taca fogo, na cena final.
5,0
Enviada em 26 de janeiro de 2025
Tensão e andrelina pura. Anora é muito divertir e bem engraçados em alguns momentos e que conta com um ritmo frenetico do começo ao fim
3,0
Enviada em 25 de janeiro de 2025
Concorrente direto nosso( atriz e melhor filme)indicado a 6 categorias no total, eu destacaria a reflexão sobre 2 universos distintos, no qual venceu o poderio econômico que passa, como um rolo compressor , sob tudo/todos que desafiam atrapalhar seus interesses. De todo o filme, a cena final...foi espetacular, dispensou falas e transbordou emoção. Um filme interessante, mas não espetacular.
⭐⭐⭐
3,5
Enviada em 28 de janeiro de 2025
Anora é o Parasita da vez, pois ambos os filmes, apesar das diferenças, contam a mesma história. É aquela coisa: a riqueza está tão visível e é esfregada de forma ostensiva na cara das pessoas, que elas querem, tanto os pobretões quanto a classe média que se acha elite mas não é, desfrutá-la também, seja como for. Uma vez desfrutados os benesses dessa riqueza pela plebe, mesmo que brevemente, é impossível para ela voltar à sua medíocre vida cotidiana, mesmo que fique visível nos parcos momentos em que a classe alta interage com as classes "inferiores", o nojo, sei que a palavra é forte, mas ela cabe aqui, que os de cima sentem pelos de baixo…Em Parasita, a perda dos benesses das mordomias pela plebe se transformou em psicopatia e sobrou tiro pra todo lado. Já em Anora, essa mesma perda se transformou em resignação desesperada de que a vidinha suburbana é o máximo que a ingênua protagonista sempre terá.
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