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Edna Gonçalves
1 crítica
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5,0
Enviada em 8 de janeiro de 2023
Eu tinha 16 anos qdo assisti esse filme e até hoje não esqueço assim, não de todo ele mas das cenas q me marcaram mto e um final mto triste. Gostaria de ve-lo novamente, lembro q chorei mto,ela fez um trabalho excelente. Não gosto mto de filme brasileiro,mas esse se superou.
O viúvo Herculano se apaixona pela prostituta Geni, que lhe foi apresentada pelo irmão (que o odiava), e que tem conflitos com o único filho que exige dele luto e abstinência desde a morte da mãe. Após ser estuprado por um ladrão boliviano, o garoto fica mais vulnerável e aceita o casamento, mas começa também um romance com Geni. A mais bem-sucedida transposição para o cinema do universo de Nelson Rodrigues, dirigido por Arnaldo Jabor, num filme que chegou a ser recolhido pela censura na época da ditadura militar (mas acabou sendo liberada quando o ganhou o Urso de Prata no Festival de Berlim) Também foi o momento maior da carreira de Darlene (que largaria a profissão para ser pregadora evangélica e eventualmente teria o rosto deformado pelas plásticas). Ela é a força da natureza no personagem de Geni, num filme que tem o tom exaltado que o texto exige e o uso da música do argentino Piazzola, na época, ainda pouco conhecido, de forma original. Até mesmo o jovem Sacks, que faz o filho, hoje parece menos errado (foi dublado por outro) Dá certos sinais de envelhecimento visual (a fotografia de Lauro Escorel, porém, resiste bem), e não perdeu sua garra e potência.
Toda Nudez Será Castigada dirigido por Arnaldo Jabor em 1972, pode ser considerada a melhor, talvez a única, entre todas as adaptações feitas para o cinema das obras do escritor Nelson Rodrigues. Apesar de proibido pela censura da época, e ter causado algum escândalo, o filme não chega ao nível quase pornográfico das demais produções que se basearam na obra do conhecido dramaturgo. Arnaldo Jabor conseguiu transpor para as telas a visão irônica e sarcástica da sociedade que sempre foram a marca dos textos de Nelson Rodrigues. Darlene Glória como a prostituta Geni e Paulo Porto vivendo o atormentado Herculano conseguem dar vida aos dramas de seus personagens, mas são as veteranas Elza Gomes e Henriqueta Brieba que roubam a cena com suas participações.
A genialidade de Nélson Rodrigues foi perfeitamente transposta para o cinema através desta brilhante direção de Arnaldo Jabor. Darlene Glória impecável e a fina ironia aliada a crueza dos instintos mal percebidos como tão bem desenvolveu nosso inesquecível Nélson em suas obras estão maravilhosamente bem representados neste clássico do cinema nacional.
UMA DAS MELHORES ATUAÇÕES FEMININAS DO CINEMA BRASILEIRO ESTÁ NESTE FILME, DARLENE GLÓRIA ESTÁ INSTIGANTE, O FILME É SOBERBO COMO SEU DIRETOR. ARNALDO JABOR TEM UMA FILMOGRAFIA PEQUENA, MAS SINGULAR E ESTE É UM DOS SEUS MELHORES. UM FILME QUE EU RECOMENDO MUITO ASSITIR. UMA CENA ANTOLOGICA É QUANDO HERCULANO CHEGA EM CASA E ENCONTRA UMA GRAVAÇÃO DE GENI DEPOIS DE TER SE MUTILADO TODA, ELA DIZ: HERCULANO! AQUI QUEM FALA É UMA MORTA!"
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