"Maníaco do Parque” traz um elenco de peso, mas com um roteiro que mal se aguenta. Sob a direção de Maurício Eça, que parecia ter acertado em cheio com o público em “A Menina que Matou os Pais”, a promessa era de abrir novas portas para o true crime no cinema brasileiro. Mas querer e fazer são coisas bem diferentes. Em vez de mergulharmos na sombria história do infame Francisco, somos apresentados a Elena, uma jornalista fictícia vivida pela talentosa Giovana Grigio. E nem o brilho da nossa eterna Chiquitita salva esse roteiro desastroso.
O filme, que leva o nome do "Maníaco do Parque," gira mais em torno da frustração profissional de Elena, uma jornalista "justiceira" lutando contra o ambiente tóxico e machista de sua redação. Esses temas são importantes, claro, mas... e a história de Francisco? Quando Elena, interpretada de forma quase heroica, entrevista o criminoso, a cena beira o constrangedor. Um jornalista não está lá para julgar, mas para informar – detalhe que, aparentemente, o roteiro esqueceu.
Silvero Pereira foi escalado para o papel do maníaco, e isso é um acerto enorme. Ele, mesmo com um roteiro desastroso, entrega o que o filme deveria ter explorado com profundidade. Porém, com tanto foco na jornalista fictícia, o personagem do Silvero quase vira um coadjuvante. Em resumo, o filme carrega o nome do "Maníaco do Parque," mas a história parece ser sobre uma jornalista que nunca existiu e uma narrativa que nunca empolga. Fica no ar a pergunta: quando veremos a verdadeira história de Francisco? Porque essa, com certeza, ainda não é!