"As Três Filhas", agora adquirido pela Netflix, chegou com expectativas elevadas, prometendo grandes atuações e uma trama familiar com profundidade emocional. Desde o início, o filme chama atenção pelo peso de seu elenco e por abordar temas universais, como a relação entre irmãs, em uma estética visual refinada. No entanto, apesar de ser considerado uma possível aposta para o Oscar, o longa carece de força suficiente para se destacar nesse nível.
O roteiro, coescrito por Azazel Jacobs, acerta ao construir rapidamente o vínculo entre as irmãs, sem prolongar explicações desnecessárias. Essa dinâmica se desenvolve de forma orgânica, enquanto a trama avança com fluidez. As atuações do trio principal são fundamentais para criar essa conexão com o público, transmitindo as singularidades de cada personagem e tornando crível o histórico familiar de proximidade e distanciamento. A forma como as personalidades são exploradas revela uma habilidade notável do roteiro.
A trama é simples, centrada na doença terminal do pai e os conflitos não resolvidos entre as irmãs. Esse contexto adiciona uma carga dramática à história, mantendo o espectador interessado em ver se as personagens conseguem se reconciliar antes da morte do pai. A atuação de Jay O. Sanders, que interpreta o pai, apesar de breve, é um dos pontos altos do filme. Seu monólogo final é marcante e carrega uma força silenciosa, trazendo um desfecho emocional que resgata parte da intensidade prometida.
No geral, "As Três Filhas" é um filme envolvente, com um ritmo agradável e atuações sólidas. No entanto, para quem esperava um drama arrebatador e profundo, o longa deixa a desejar. Ele entrega uma experiência emocional satisfatória, mas não tão impactante quanto poderia ser, considerando o calibre de seu elenco e o tema central.