A obra apresenta um enredo promissor se apoiando em mitos e lendas do folclore português, trazendo uma interessante herança cultural ao enredo. Apesar do potencial, o filme peca na forma como apresenta alguns momentos. Muitas cenas e situações ficam sem explicação clara, criando “buracos” que fazem o espectador deduzir ou construir sua própria linha de raciocínio para tentar entender.
O ponto central do tema, o incesto, é profundamente perturbador. Não é um filme feito para agradar ou ser confortável de assistir; ele busca causar repulsa e desconforto, e, nesse aspecto, cumpre bem seu papel como um terror psicológico. No entanto, o filme não define claramente seu subgênero, oscilando entre horror psicológico, terror sobrenatural e até mesmo um slasher. Nenhuma dessas abordagens é bem explorada, e, ao tentar misturar vários elementos, talvez para agradar o público ou preencher o tempo, a narrativa, que já era inconsistente, acaba se perdendo. Nem mesmo a boa história consegue salvar o filme.