Passagrana é uma surpresa agradável no cenário do cinema brasileiro, que, infelizmente, ainda sofre com o preconceito por parte de seu próprio público. O sentimento de receio inicial, mencionado antes da exibição, reflete essa realidade, mas felizmente o filme consegue superar as expectativas e se destacar como uma comédia com ação.
O humor, elemento central da obra, parece ser bem trabalhado, proporcionando momentos genuínos de risadas e tornando a experiência leve e divertida. O ritmo da narrativa prende o espectador, e a combinação de comédia com cenas de ação bem executadas cria uma atmosfera que diverte e gera tensão na medida certa.
Contudo, um dos pontos fracos, como destacado, é a falta de desenvolvimento dos protagonistas. A ausência de uma exploração mais profunda sobre como os personagens chegaram à situação atual ou como se conheceram, tira parte do potencial emocional do filme. Essa conexão emocional é o que poderia ter elevado a obra de uma simples comédia a algo mais memorável.
O desejo de uma sequência, na esperança de ver mais sobre os personagens, é compreensível. No entanto, depender de um segundo filme para contar essa história pode ser arriscado, pois o ideal seria que o primeiro já entregasse uma narrativa completa, com personagens bem desenvolvidos, ao mesmo tempo em que deixasse espaço para possíveis expansões.
Apesar dessa falha, Passagrana entrega uma experiência divertida e envolvente, com cenas que, claramente, provocam aflição e empatia pelo destino dos personagens. Uma nota de 4/5 parece justa, considerando o bom equilíbrio entre comédia e ação, mas com a ressalva de que o desenvolvimento dos protagonistas poderia ter sido mais explorado.