No mês em que se é celebrado o Setembro Amarelo, o filme “Meu Casulo de Drywall”, dirigido e escrito por Caroline Fioratti, que estreia amanhã, nos cinemas brasileiros, aborda a temática da saúde mental por meio de sua personagem principal, a jovem Virgínia (Bella Piero), que, na noite de comemoração do seu aniversário de 17 anos, comete suicídio devido a uma overdose de medicamentos controlados.
De forma a tentar compreender o que levou Virgínia a cometer tal ato, o filme alterna uma linha narrativa que perpassa o passado e o presente para analisar de que maneira a morte da adolescente vai influenciar o futuro daqueles que eram mais próximos dela e, por consequência, foram afetados de maneira mais forte pela sua morte.
“Meu Casulo de Drywall” se passa num condomínio de luxo, dentro do segmento da classe média alta. Ao longo do aniversário de Virgínia, são revelados os problemas que me parecem afligir boa parte da juventude atual: a falta de identificação e a distância para com os pais, a vivência de relacionamentos abusivos, a instabilidade emocional, a superficialidade e as mentiras.
Por mais simples que possa parecer, a experiência de assistir a “Meu Casulo de Drywall” transparece algo que é nítido: o quanto o fato de estarmos absorvidos pelos nossos próprios problemas nos leva a não enxergar as dores de quem está próximo de nós, nos impedindo de oferecer a ajuda que ele(a) precisa.
Uma pena, no entanto, que uma temática tão importante se perca em um filme que tem problemas na sua narrativa e, principalmente, na forma como se propõe a apresentar a jornada de Virgínia, de sua mãe, de seu namorado, de sua melhor amiga e de um amigo próximo, agora, distante.