Inabitável: Críticas

O curta-metragem brasileiro "Inabitável", dirigido por Matheus Farias e Enock Carvalho, é uma obra impactante que mistura drama social com nuances de ficção científica. A história acompanha a busca de Marilene por sua filha Roberta, uma jovem trans que desapareceu, enquanto o enredo se entrelaça com elementos metafóricos e fantásticos para tratar de questões de identidade e pertencimento.

O filme destaca-se pela sua narrativa sensível e urgente, abordando temas como transfobia, marginalização e a luta pela aceitação em uma sociedade excludente. A atuação de Luciana Souza, no papel de Marilene, é comovente e conduz a audiência por uma jornada de dor e esperança, transmitindo toda a carga emocional necessária para a trama.

Os diretores utilizam a ficção científica de forma criativa e simbólica, ampliando o alcance das questões abordadas. Essa escolha narrativa eleva o curta, transformando-o em algo mais do que uma denúncia: uma obra que convida à reflexão sobre o que significa existir em um mundo muitas vezes hostil. A estética é minimalista, mas eficaz, com uma direção de arte que reforça o tom melancólico e, ao mesmo tempo, esperançoso.

Se há algo a apontar, é que a fusão de realismo com elementos fantásticos pode não agradar a todos os espectadores, dependendo de suas expectativas. Ainda assim, "Inabitável" cumpre sua missão com excelência, entregando uma obra poderosa e necessária para os tempos atuais.