Filme “O Anel de Eva” e o pensamento extremista
Um filme que pode levar a curiosidade o sul é “O Anel de Eva”, filme nacional que este ano teve seu lançamento, o qual passou esses dias no Canal Brasil. O destaque pareceu ser o ator Odilon Wagner, que fez o vilão característico, Matin Hirsch, um típico personagem com tom nazista, o qual participa de uma seita de alemães na região de fazenda. Mas a protagonista é Suzana Pires, no papel de Eva,
que encontra um baú onde descobre coisas e segredos de seu falecido pai adotivo, que nada mais nada menos possúia que um anel nazista.
Cabe lembrar que possuir coisas relacionadas ao nazismo é crime no Brasil. Mas no filme, ficção, mas que se baseia em fatos reais, como os alemães que fugiram e vieram para o Brasil, entre outros países como a Argentina, onde restaram descendentes e muito segredo, nesse sentido. O filme “O Anel de Eva” mostra uma mulher negra, Eva, que foi não bem aceita pelos alemães da região de Fazenda do Alpendre, sua propriedade, mas que mantinham uma seita com crianças “perfeitas”, supostamente, tendo de ser brancas. A Eva negra seria para eles uma traição para esse grupo extremista retratado no filme, onde o vilão é o fazendeiro vizinho, o qual briga por propriedade, literalmente na bala. Mas Eva enfrenta literalmente com arma o fulano, para resgatar sua filha sequestrada. O filme parece retratar por porcos as figuras fascistas, quando faz transições da cena de caça, para a cena desses homens sombrios, escondendo fotos, uniformes, relíquias ligadas ao governo de Alemanha da Segunda Guerra.
Uma boa opção de filme nacional, apesar de que emn certos momentos fica a dúvida de como foi sequestrada a filha, ou outros detalhes que ficam faltando, como um retrato maior da professora de história, do vilão e outros personagens interessantes, que retratam esse pensamento de darwinismo social, de uma sociologia biológica, de uma ciência equivocada que levaria a arianismo e eugenia. Os anos 20 e outros até 45, levaram a essa mazela, e o filme mostra aqueles que fugindo desse regime extremista, vêm para o Brasil. Tristemente algum lema resta dessa como Deus, Pátria e Família, e tem de se tomar cuidado com frases do gênero, que foram usadas por ditadores. Filósofos como Heidegger se mantiveram, mesmo com esse contexto, e não é de se admirar que alguns mantenham a nostaugia de um passado melhor e conservador, mas que pode retratar extremismos que só merecem ficar na história como tema de estudo, mas jamais de prática.
O filme “O Anel de Eva” mostra o fim disso, pela personagem que literalmente mata os porcos. No fim é a Eva, no trabalho de atriz Suzana Pires, que é a heroína.
Mariano Soltys, autor de livro Séries e Filosofia