Assistimos ao filme DO OUTRO LADO DA DOR (Netflix, 2023), ambientado em Londres e em Paris.
Que dizer? Que é uma perda de tempo? Não, não é.
Não sei se é fruto da atuação de Daniel Levy (protagonista, interpretando Marc, o viúvo de Oliver, interpretado por Luke Evans), que é contida demais, superficial demais, ou do farto uso de clichês a respeito dos homossexuais e da homossexualidade (vida social intensa, amigos que substituem a família, relacionamentos abertos, por exemplo), mas o fato é que o filme banaliza uma série de situações e sentimentos, que poderiam perfeitamente ser melhor trabalhados, deixando tudo raso como uma poça d'água.
Simplesmente não conseguimos nos envolver com o drama porque tudo "soa falso", ou seja, além das atuações não serem convincentes, a "amizade" entre Marc, Thomas e Sophie parece "forçada", ou seja, absurdamente inflada pelo enredo. Os três tem uma relação quase simbiótica e, especialmente no caso de Marc e Thomas, parece que os personagens se fundem em alguns momentos, ou seja, que há dois atores em cena interpretando o mesmo papel!
A única personagem que possui alguma dose de "verdade" e de "coerência" é uma personagem secundária, a advogada Imelda, interpretada por Celia Imrie. Suas poucas e rápidas aparições são a âncora que impede que o filme naufrague fragorosamente.