É possível fugir de si mesmo e de seus próprios traumas? Em Kalak, Jan é um enfermeiro, pai de dois filhos, que tenta exatamente escapar do confronto com seu passado. Quando era adolescente, foi abusado sexualmente pelo próprio pai. As marcas dessa dor parecem persistir em Jan, que, ao se mudar com sua família para a Groenlândia, torna-se obcecado em ser aceito pela comunidade da capital e, para isso, decide transar com as diferentes mulheres da cidade. Essas atitudes o transformam em um “kalak” – apelido local que significa “groenlandês sujo”. O homem aceita e esbanja esse título com honra, apesar das implicações que suas decisões. Fugir de um confronto com seu pai, porém, é um caminho infrutífero, já que sua moral questionável não conseguirá apagar o trauma pessoal que ainda ronda suas memórias.