Quando conheceu Elvis Presley (interpretado por Jacob Elordi), em 1959, na Alemanha Ocidental, a jovem Priscilla Beaulieu (interpretada por Cailee Spaeny) tinha 14 anos. Ele tinha dez anos a mais que ela, 24. O que os unia naquele momento era a circunstância da vida: Elvis estava lá para cumprir o serviço militar, enquanto Priscilla acompanhava sua família (o pai era piloto da Marinha dos EUA).
O filme “Priscilla”, dirigido e escrito por Sofia Coppola, acompanha justamente esse encontro, cronometrando todo o relacionamento que se desenvolveu entre eles. Do flerte na Alemanha, em 1962, aos 17 anos, Priscilla se mudou para Graceland, de onde não saiu mais. Elvis financiou seus estudos, sua alimentação e seu vestuário, até que, em 1967, quando Priscilla tinha 23 anos, os dois se casaram. Do casamento entre eles nasceu a única filha que o Rei teve, Lisa Marie, que faleceu em 2023.
Baseado no livro autobiográfico “Elvis e Eu”, escrito pela própria Priscilla e por Sandra Harmon, “Priscilla” é um filme que revela, nas entrelinhas, os grandes problemas enfrentados pelo casal ao longo do relacionamento de mais de 14 anos. A sensação que nos dá, ao assistir ao longa, é que Elvis tentou moldar ao máximo a personalidade de uma jovem que era completamente fascinada por ele e que se anulou ao máximo para viver de acordo com o que ele desejava.
Não foram somente os estilos de vida diferentes e os excessos cometidos por alguém que leva uma vida como Elvis conduzia. Principalmente foi a descoberta de seu verdadeiro eu e de sua própria vida, dos seus interesses, daquilo que a fazia verdadeiramente feliz, o que esteve por trás do fim de uma história de amor que, diga-se de passagem, não é digna de um conto de fadas.