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    Ithaka - A Luta de Assange
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    3,1
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    2 Críticas do usuário

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    O bão do Marcelão
    O bão do Marcelão

    14 críticas Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 25 de agosto de 2024
    ULISSES VOLTARÁ PARA SUA PENÉLOPE?

    Qual o paralelo entre o nome de uma ilha grega, citada por Homero na Odisseia, com o documentário que narra a caminhada de súplicas de Julian Assange nos últimos anos?
    A referência à Antiguidade para no título, embora muitas vezes, a impressão que se tem ao acompanhar o ritmo de Ithaka (lançado assim mesmo), observa-se a similaridade das lutas e combates de Ulisses com a trajetória de Julian Assange dentro do Reino Unido. Se bem que elas são mais sutis do que as lanças, os monstros e as espadas que o herói mítico grego teve que enfrentar.
    O filme se concentra nos movimentos (tanto de deslocamento quanto de esforços) do pai de Julian, John Shipton, para tentar a liberdade do filho, o qual encontra-se preso em Belmarsh, Reino Unido.
    Entre uma saída e outra, John fala a um interlocutor (que assume o lugar de um espectador, como nós na poltrona do cinema) sobre a vida em família, os trâmites, as razões (ou a falta delas) que apartaram Julian Assange do convívio público.
    Num determinado ponto do documentário, é interessante – e um pouco desconcertante – que John revele a distância entre ele e seu filho na infância. Igual como agora, quando um está livre e outro na cadeia.
    Talvez, por esse conjunto de fatores tenha levado John a se tornar ativista. Embora distantes, há alguma coisa em comum.
    O apoio do lado de fora, vindo de uma pessoa que teria idade suficiente para caminhar pela praia ou balançar seu corpo na rede, ganha um contorno de luta pelo que é justo. Porém, o discurso da película não fica somente na parte técnica. Assume um caráter emocional em vários pontos.
    Esse ritmo de ideal e familiar corre em paralelo. Quem espera ver Ithaka como um produto panfletário, melhor mudar a perspectiva.
    Um dos trunfos do filme é que ele não se trata de apenas pegar a câmera e registrar as imagens. Muitos podem fazer isso, mas o fato de a película ter sido dirigida por Bem Lawrence, traz à tona de que a obra não é superficial ou efêmera. Foi feita de caso pensado, com planejamento e condução sem ser chato ou enfadonho em clichês de discursos politicamente corretos.
    Enquanto se travam batalhas jurídicas e penais de um lado, o mérito de Ithaka é mostrar isso sem intervenções de opinião ou subjetivas. Porém, há o lado família de Julian Assange: o qual acompanha o crescimento de seus filhos por uma pequena tela de cinco polegadas. O mesmo dispositivo usado pela esposa do australiano para conversar o pouco que se permite. Mundos alterados, mundos pequenos.
    A esposa do fundador do Wikileaks (Stella Assange) seria a Penélope de Ulisses? Ponto para se pensar... Ao ficar preso numa cadeia de segurança máxima, a exposição de Assange diminuiu muito nos últimos anos. O filme torna-se um fôlego adicional para aquele que pôs o dedo na ferida, ao revelar documentos secretos das potências mundiais. Livre era inconveniente, preso virou “persona non grata”, haja vista nas poucas imagens que se faz de suas condições degradantes na cela.
    Seu pai tenta demonstrar normalidade e boa relação com sua família: momentos de brincadeira, de conversa são exibidos. Mas é difícil esquecer a preocupação de todos quando o assunto principal rodeia o ar.
    O trecho do filme em que mostra a rotina de Assange dentro da embaixada do Equador é inquietante e muitos se perguntam: até onde existe o limite da privacidade das pessoas? O filme explica como essas imagens sórdidas foram permitidas. Ninguém estaria a salvo da monitoração dos passos?
    Símbolo resiliente da liberdade de imprensa, de uma busca pela ética no relacionamento internacional e da revelação dos jogos escusos que certos países realizam contra outros, Julian Assange é uma encruzilhada para autoridades e governantes. Uma supernova dentro da galáxia.
    Se um dos lados não sabe o que fazer com ele, o outro lado expressa muito bem o que fazer com ele: libertá-lo! São os apoiadores comuns desse Ulisses tecnológico.
    O filme narra a odisseia de um pai que tenta salvar o filho de uma rede poderosa de intrigas. O mesmo filho que se atreveu a mostrar que aperto de mãos em mesas longas e fotografias oficiais são meras frivolidades. Interesses estão acima de tudo.
    Tempo é um fator que corre contra a família Assange, pois ao passo que o fundador do Wikileaks perdeu protagonismo nas manchetes do mundo, essas mesmas manchetes se esqueceram de noticiar que Julian Assange teve um derrame dentro de Belmarsh. Esse holofote não deveria se posicionar sobre o último fato? É a única (única mesmo!) forma para que a multidão saiba desse ferimento perigoso do herói que nasceu e reinou em Íthaka.
    Marcelo Nannini
    Marcelo Nannini

    4 críticas Seguir usuário

    3,5
    Enviada em 11 de dezembro de 2023
    Qual o paralelo entre o nome de uma ilha grega, citada por Homero na Odisseia, com o documentário que narra a caminhada de súplicas de Julian Assange nos últimos anos?
    A referência à Antiguidade para no título, embora muitas vezes, a impressão que se tem ao acompanhar o ritmo de Ithaka (lançado assim mesmo), observa-se a similaridade das lutas e combates de Ulisses com a trajetória de Julian Assange dentro do Reino Unido. Se bem que elas são mais sutis do que as lanças, os monstros e as espadas que o herói mítico grego teve que enfrentar.
    O filme se concentra nos movimentos (tanto de deslocamento quanto de esforços) do pai de Julian, John Shipton, para tentar a liberdade do filho, o qual encontra-se preso em Belmarsh, Reino Unido.
    Entre uma saída e outra, John fala a um interlocutor (que assume o lugar de um espectador, como nós na poltrona do cinema) sobre a vida em família, os trâmites, as razões (ou a falta delas) que apartaram Julian Assange do convívio público.
    Num determinado ponto do documentário, é interessante – e um pouco desconcertante – que John revele a distância entre ele e seu filho na infância. Igual como agora, quando um está livre e outro na cadeia.
    Talvez, por esse conjunto de fatores tenha levado John a se tornar ativista. Embora distantes, há alguma coisa em comum.
    O apoio do lado de fora, vindo de uma pessoa que teria idade suficiente para caminhar pela praia ou balançar seu corpo na rede, ganha um contorno de luta pelo que é justo. Porém, o discurso da película não fica somente na parte técnica. Assume um caráter emocional em vários pontos.
    Esse ritmo de ideal e familiar corre em paralelo. Quem espera ver Ithaka como um produto panfletário, melhor mudar a perspectiva.
    Um dos trunfos do filme é que ele não se trata de apenas pegar a câmera e registrar as imagens. Muitos podem fazer isso, mas o fato de a película ter sido dirigida por Bem Lawrence, traz à tona de que a obra não é superficial ou efêmera. Foi feita de caso pensado, com planejamento e condução sem ser chato ou enfadonho em clichês de discursos politicamente corretos.
    Enquanto se travam batalhas jurídicas e penais de um lado, o mérito de Ithaka é mostrar isso sem intervenções de opinião ou subjetivas. Porém, há o lado família de Julian Assange: o qual acompanha o crescimento de seus filhos por uma pequena tela de cinco polegadas. O mesmo dispositivo usado pela esposa do australiano para conversar o pouco que se permite. Mundos alterados, mundos pequenos.
    A esposa do fundador do Wikileaks (Stella Assange) seria a Penélope de Ulisses? Ponto para se pensar... Ao ficar preso numa cadeia de segurança máxima, a exposição de Assange diminuiu muito nos últimos anos. O filme torna-se um fôlego adicional para aquele que pôs o dedo na ferida, ao revelar documentos secretos das potências mundiais. Livre era inconveniente, preso virou “persona non grata”, haja vista nas poucas imagens que se faz de suas condições degradantes na cela.
    Seu pai tenta demonstrar normalidade e boa relação com sua família: momentos de brincadeira, de conversa são exibidos. Mas é difícil esquecer a preocupação de todos quando o assunto principal rodeia o ar.
    O trecho do filme em que mostra a rotina de Assange dentro da embaixada do Equador é inquietante e muitos se perguntam: até onde existe o limite da privacidade das pessoas? O filme explica como essas imagens sórdidas foram permitidas. Ninguém estaria a salvo da monitoração dos passos?
    Símbolo resiliente da liberdade de imprensa, de uma busca pela ética no relacionamento internacional e da revelação dos jogos escusos que certos países realizam contra outros, Julian Assange é uma encruzilhada para autoridades e governantes. Uma supernova dentro da galáxia.
    Se um dos lados não sabe o que fazer com ele, o outro lado expressa muito bem o que fazer com ele: libertá-lo! São os apoiadores comuns desse Ulisses tecnológico.
    O filme narra a odisseia de um pai que tenta salvar o filho de uma rede poderosa de intrigas. O mesmo filho que se atreveu a mostrar que aperto de mãos em mesas longas e fotografias oficiais são meras frivolidades. Interesses estão acima de tudo.
    Tempo é um fator que corre contra a família Assange, pois ao passo que o fundador do Wikileaks perdeu protagonismo nas manchetes do mundo, essas mesmas manchetes se esqueceram de noticiar que Julian Assange teve um derrame dentro de Belmarsh. Esse holofote não deveria se posicionar sobre o último fato? É a única (única mesmo!) forma para que a multidão saiba desse ferimento perigoso do herói que nasceu e reinou em Íthaka.
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