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Esther A.
1 crítica
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4,5
Enviada em 25 de março de 2024
Pura delicadeza! Assisti esse filme há muitos anos e foi marcante. As atuações são incríveis e quem gosta de literatura também se delicia com as referências. Quero assistir novamente.
Sem espaços com muito amor: h t t p s : / / rezenhando . wordpress . com /2018/08/22/rezenha-critica-nunca-te-vi-sempre-te-amei/
Um amor sem desejo carnal, só contos e o cinema europeu conseguem realizar com exatidão essa façanha. Mesmo sendo em 86 ambos personagens rompem a famosa quarta parede, termo utilizado quando personagens cinematográficos olham para a câmera e falam como se fosse com você, o que de fato é a intenção.
Em uma época que a Inglaterra vivia uma terrível recessão, Helene começa a enviar curiosos produtos alimentícios para Frank e seus colegas de trabalho, como por exemplo presunto, que era raro no país naquele momento.
O jogo de realidades em paralelo com tudo sendo narrado como se de fato estivessem escrevendo é o grande charme da obra, com uma fotografia que contrasta as duas realidades muito bem distintas, além das atuações, uma mais contida e nobre como um Inglês vitoriano, outra mais desinibida, agitada, como de qualquer americano que viva em uma cidade como Nova York.
Fui conquistado quando descubro no meio da obra que Frank torce para os Spurs, ou melhor, o Tottenham da Inglaterra. Quem acessa o blog sabe, sou torcedor do time!
Quando cito o amor é o que os funcionários da livraria sentem por Helene e vice versa, traduzido pela gratidão e compartilhamento de interesses entre todos mesmo com a distância e o desconhecido (hoje com redes sociais é muito fácil). Uma chuva de referências bibliográficas são inseridas no filme para os amantes de literatura, em especial ao poema de William Butler Yeats que Frank escreve para Helene, com uma atuação cirúrgica de Howpkins ao declamá-lo durante a narrativa.
Fossem meus os tecidos bordados dos céus, Ornamentados com luz dourada e prateada, Os azuis e negros e pálidos tecidos Da noite, da luz e da meia-luz, Os estenderia sob os teus pés. Mas eu, sendo pobre, tenho apenas os meus sonhos. Eu estendi meus sonhos sob os teus pés Caminhe suavemente, pois caminhas sobre meus sonhos.
Um filme que apesar do tempo e estar datado (será?) merece ser assistido por todos antes de morrer, entra fácil neste tipo de lista!
Impecáveis em seus papéis, Anthony Hopkins e Anne Bancroft, nos mostram como duas pessoas podem, mesmo à distância, que para lidar com a solidão, basta uma carta. A essência do filme é o diálogo que eles mantêm e que mantém suas vidas iluminadas. Até que, quando o diálogo cessa, volta o estado de solidão. Trata-se de um ótimo filme, delicado e muito bem dirigido. Mil estrelas.
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