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    Alien: Romulus
    Críticas AdoroCinema
    4,5
    Ótimo
    Alien: Romulus

    Alien: Romulus retoma o terror da franquia de ficção científica com um filme repleto de tensão e adrenalina

    por Bruno Botelho dos Santos

    Em 1979, chegava aos cinemas Alien, o 8° Passageiro de Ridley Scott, considerado uma das obras mais influentes do terror e da ficção científica. O sucesso foi tão grande que uma franquia surgiu a partir do filme que apresentou o Xenomorfo ao público. Desde as sequências, como o aclamado Aliens, O Resgate (1986) de James Cameron, e os desprezados Alien³ (1992) e Alien - A Ressurreição (1997), passando pelos crossovers Alien vs. Predador (2004) e Alien vs. Predador 2 (2007), assim como os prelúdios controversos no retorno de Ridley Scott: Prometheus (2012) e Alien: Covenant (2017).

    A franquia Alien se estabeleceu como uma das mais famosas da cultura pop, mas nunca conseguiu alcançar o mesmo prestígio que os primeiros filmes tiveram. Novo filme da saga, Alien: Romulus (2024) é um grande acerto na tentativa de retomar o passado glorioso – e apresentar para uma nova geração.

    Qual é a história de Alien: Romulus?

    20th Century Studios

    Alien: Romulus segue um grupo de jovens de uma colônia espacial que se aventuram nas profundezas de uma estação abandonada. Lá, eles descobrem uma forma de vida aterrorizante, e são forçados a lutar por sua sobrevivência.

    Alien: Romulus se passa entre Alien e Aliens (lembrando que existe um espaço temporal de 57 anos entre os filmes). Como Fede Alvarez havia adiantado, Romulus realmente é uma mistura perfeita entre os dois, que são unanimidade entre os fãs, pegando a atmosfera de terror do primeiro, e toda ação e adrenalina do segundo – além de trazer elementos de ficção científica apresentados em Prometheus e Covenant.

    Alien: Romulus retorna às origens da franquia com terror e adrenalina de tirar o fôlego

    20th Century Studios

    Ridley Scott focou na ficção científica ao se aprofundar na mitologia do universo Alien com os prelúdios Prometheus e Alien: Covenant. Por isso, Fede Alvarez é um nome certeiro para fazer esse retorno às origens. Um dos nomes mais badalados do terror atual, ele foi apadrinhado por Sam Raimi para comandar o remake de Evil Dead, A Morte do Demônio (2013), e foi responsável por Homem nas Trevas (2016).

    O diretor utiliza bem as características marcantes de suas experiências anteriores. Alien: Romulus é uma espécie de Homem nas Trevas no espaço, e aproveita essas características do filme de assalto com os protagonistas invadindo uma nave abandonada e encontrando uma ameaça aterrorizante. Isso funciona perfeitamente nos cenários da estação espacial abandonada para construir a tensão e atmosfera de terror, que cresce conforme os personagens encontram os Aliens.

    O lado mais explícito de Fede Alvarez em Evil Dead está presente, com cenas violentas e sangrentas, assim como horror corporal, envolvendo os alienígenas. Por isso, é interessante a escolha por uma narrativa gamificada, onde os personagens parecem que estão progredindo por diferentes níveis e encontrando novos “chefões” (o que remete ao jogo Alien: Isolation).

    O que era inicialmente um filme de assalto, se transforma em sobrevivência. Romulus explora de maneira criativa e visceral a ameaça dos Facehuggers e os Xenomorfos, especialmente pelo trabalho impecável de efeitos práticos (e sua combinação com digitais), criando alguns dos momentos mais assustadores na franquia – com a cinematografia de Galo Olivares e todo o trabalho sonoro influenciando nessa construção enervante ao longo de quase 2 horas de duração.

    Alien: Romulus reúne o melhor da franquia em uma trama original

    20th Century Studios

    Na franquia Alien, a monstruosidade das criaturas alienígenas sempre esteve relacionada com a exploração capitalista das corporações, representada pela Weyland-Yutani. Alien: Romulus começa em uma das colônias da megacorporação, mostrando as condições precárias que são submetidos os trabalhadores e moradores do local. É nesse cenário sem esperança que o roteiro de Alvarez com Rodo Sayagues (de A Morte do Demônio e Homem nas Trevas) apresenta o grupo de jovens formado por Rain (Cailee Spaeny), Andy (David Jonsson), Tyler (Archie Renaux), Kay (Isabela Merced), Bjorn (Spike Fearn) e Navarro (Aileen Wu).

    Vendem esperança para nos manter escravos

    Quando localizam uma estação espacial abandonada, eles enxergam a oportunidade de mudar de vida e finalmente conquistar um lugar ao sol em um novo planeta. A relação entre Rain e o androide Andy, que são bem próximos e quase irmãos, é o coração do filme. David Jonsson é o destaque pela complexidade de seu personagem em descobrir seu propósito, alternando entre o lado empático e sinistro. Cailee Spaeny também chama atenção na construção de sua heroína bem diferente de Ellen Ripley (Sigourney Weaver), enquanto os outros atores encaixam bem em suas funções na equipe.

    Alien: Romulus reúne conceitos e elementos que tornaram a franquia icônica ao longo das últimas décadas, com inúmeras referências e homenagens, mas não se sustenta em nostalgia barata. Muito pelo contrário, Fede Alvarez e Rodo Sayagues trabalham isso de forma original e criativa, criando uma história que funciona de maneira independente e apresenta o grupo de jovens para uma nova geração.

    O filme começa lentamente, apresentando os personagens e a trama, mas cresce conforme eles começam a lutar por sua sobrevivência na estação abandonada. É aqui que Romulus rende seus melhores, e mais horripilantes momentos, com a construção de tensão e adrenalina pura quando eles são perseguidos. Isso chega ao ápice num ato final insano que conta com cenas de ação de tirar o fôlego – que pode dividir a opinião dos fãs, mas é um dos mais corajosos e inesperados da franquia.

    Alien: Romulus é um dos melhores filmes da franquia de ficção científica

    20th Century Studios

    Alien: Romulus retorna às origens da franquia, resgatando o terror de Alien, o 8° Passageiro e a ação de Aliens, O Resgate, mas se sustenta com uma história independente repleta de tensão e adrenalina – por mais que conte com muitas referências e homenagens para os fãs dos filmes anteriores.

    O diretor Fede Alvarez reafirma seu nome como um dos maiores nomes do terror da atualidade, explorando todo o potencial de horror dos Facehuggers e dos Xenomorfos em diferentes cenários e situações criativas, proporcionando algumas das cenas mais tensas e violentas. É justo dizer que as criaturas alienígenas estão mais assustadoras do que nunca. Alien: Romulus é um enorme acerto e um dos melhores filmes da franquia.

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