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    Garota Negra
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    Flavia D.
    Flavia D.

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    4,5
    Enviada em 29 de novembro de 2022
    A negra é de quem??

    Em tradução livre, “A negra de” é uma produção francesa de 1966 que narra a história de uma senegalesa de Dakar. Diouana (interpretada por Mbissine Thérèse Diop) é moradora de uma região pobre da capital, que após vários dias de espera na “praça das criadas”, é contratada por uma dona de casa francesa (interpretada por Anne-Marie Jelinek) para ser a babá de seus três filhos. Pouco tempo depois, ela é convidada para ir morar com a família na França, sob a promessa de conhecer a cidade e ter uma vida mais digna. Cheia de sonhos e esperança, a jovem aceita o convite, mesmo tendo sido alertada pelo namorado do risco de tornar-se uma escrava.
    Após a mudança, diferente do que fazia em Dakar, são impostas a ela as funções de doméstica, e assim passa a viver em condições análogas a escravidão. Ela não recebe seus honorários, trabalha sem tirar folgas, nunca sai de casa, e é tratada de forma rude por sua patroa, inclusive sendo proibida de usar saltos, já que se trata “apenas de uma criada” e recebendo a ameaça de só poder comer se trabalhar. Em um jantar com convidados, eles a observam enquanto os serve e passam a falar dela e dos costumes de seu país, em terceira pessoa, ignorando totalmente a sua presença. Um dos convidados chega a dar-lhe um beijo sob o argumento de nunca ter feito isso em uma negra. Outra comenta que ela não parece feliz, o que é ignorado por todos. E por fim, é comparada a um animal que age por instinto.
    Infeliz, depressiva e não suportando mais as circunstâncias em que se encontra, falta-lhe coragem de voltar para casa, pois teme desapontar sua família, e ter de enfrentar a vergonha por ter sido enganada e iludida. Todos esses fatores fazem com que Diouana tome uma atitude muito radical.
    “La noire de” é um drama simples, com poucos diálogos e apenas 55 minutos de duração. O primeiro filme mais longo do realizador e escritor Ousmane Sembène. Um relato intenso de cunho racial e exploratório. Um fato interessante nesse média-metragem é que poucas vezes se houve a voz de Diouana e sim os seus pensamentos. A produção se inicia com a chegada de Diouana na França e se desenrola com idas e vindas, deixando essa história mais intrigante.
    Vemos que, apesar de erradicada, a escravidão ocorre de forma sutil, através da exploração da mão de obra. É lamentável ter de admitir que um filme da década de 60 seja tão atual. Ainda hoje há situações semelhantes ocorrendo, por exemplo, no mercado do sexo e em grandes indústrias. Seja com pessoas em situação de pobreza, refugiados ou com jovens que sonham em viver no exterior. O racismo também permanece presente nas sociedades, menos explícitos sim, mas apenas devido às leis.
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