Trata-se de um filme belíssimo, porém distante do típico filme holiwoodiano. Em verdade, beira o cinema de arte e talvez por isso não agrade o populacho. É bom lembar que o cinema não é tão somente uma arte, mas também - e principalmente - a arte que proporciona ilusões, em detrimento da dura realidade cotidiana na qual todos estamos mergulhados até o pescoço.O que tento dizer é que filme bom é aquele que de alguma forma e por algum motivo nos toca. E esse é um filme de extrema delicadeza, que narra momentos da vida de dois excluídos socialmente: uma judia e um cigano que não se adaptam ao mundo em que vivem, de forma que ambos mantêm-se distantes das pessoas que os cercam. Daí o silêncio de ambos. Mais do que se ater à regras acadêmicas para analisar esse filme, é preciso um pouco de sensibilidade e o mínimo de conhecimento do cinema de arte praticado na Europa para perceber que trata-se de um filme muito belo.