Filme longo (mais de 3 horas), o que não seria necessariamente um problema, se também não fosse extremamente, excruciantemente entediante. A primeira hora do filme é consumida pelas exaustivas cenas do casamento na Igreja e da subsequente festa. Os membros daquela comunidade de ascendência russa são retratados como beberrões incontroláveis, comportando-se de forma errática, agressiva e histriônica. O filme tem descontinuidades grosseiras na narrativa: da festa de casamento, repentinamente, somos levados a um cenário de batalha onde, dentre corpos, o personagem de Robert de Niro ergue-se e tosta um norte-vietnamita com um lança-chamas (nesta passagem, o filme não pode deixar de fugir do viés ideológico: o soldado norte-vietnamita lança uma granada em um abrigo subterrâneo onde os aldeões se escondiam – todavia sabemos que a brutalidade dos norte-americanos contra os campesinos vietnamitas era lugar-comum). Então, por mero acaso, os amigos se encontram, e são capturados no curso de um contra-ataque (é o que tentei compreender desta cena confusa). Dali, somos transportados para um cativeiro onde os amigos e outros soldados são mantidos prisioneiros por sádicos que passam o tempo apostando enquanto pares de cativos são forçados a jogar roleta-russa. Aliás, a roleta-russa parece ser o tema central deste fastidioso filme, sendo retratada em 3 momentos distintos (no cativeiro, na caçada nas montanhas e no final do filme). Seria algum tipo de trocadilho? Descendentes de russos jogando roleta-russa? Como é possível que um filme tão ruim possa ser considerado uma obra-prima por muitos? Numa escala de 0 a 10, creio que esse arremedo de cinema mereça uma nota 4. Não recomendo. PS: eu só o assisti até o final porque não estava acreditando que um filme tão bem avaliado pudesse ser tão incrivelmente ruim. Confesso que foi uma experiência enervante e cansativa.