Sem dúvida o pior da trilogia. Esta terceira parte não é baseada em nenhum livro de Michael Crichton, apenas nos personagens criados por ele, vistos nos dois filmes anteriores. Os roteiristas Peter Buchman, Alexander Payne e Jim Taylor criam aqui um filme em que aparece em cena novamente o Dr. Alan Grant e rapidamente a Dra. Ellie Satler. Desde os acontecimentos do primeiro filme, o Dr. Grant continua estudando os dinossauros mas ainda tem pesadelos com o que ocorreu. Tentado pela oferta do casal Paul e Amanda Kirby que lhe oferecem um bom dinheiro para as suas pesquisas, ele aceita sobrevoar a ilha dos dinossauros novamente para atender um desejo do casal. Mas já no local ele percebe que iriam descer ao local, algo que ele não esperava ter que passar novamente, com o real objetivo de procurar o filho do casal desaparecido em uma expedição há algumas semanas.
Em primeiro lugar acho que essa sinopse de um simples resgate a uma pessoa não convence. O roteiro é mal desenvolvido e não consegue atingir complexidade e aferir surpresas ao público. Prova disso é a duração do filme, com cerca de 1h24min, ou seja, muito pouco para desenvolver uma boa trama, como as mais de duas horas dos filmes anteriores. O roteiro é fraco, cheio de furos e o elenco foi mal escalado em minha opinião. Sam Neill não compromete, mas Téa Leoni e William H. Macy estão deslocados e muito esteriotipados em seus personagens, especialmente ela. As piadas constantes presentes nas outras tramas, aparecem aqui de forma tímida e não eficientes.
Outra marca que foi bem deixada de lado aqui são as cenas noturnas, a chuva e o maior clima de suspense muito pouco presente. A fotografia de Shelly Johnson não ajuda com demasiadas cenas realizadas à luz do dia enfraquecendo a criação do clima. Em compensação as cenas da última meia hora, com as cenas dos dinossauros que voam junto à gaiola do rio,a sequência final no barco e a presença da nova espécie maior e mais ameaçadorra que o T-Rex são pontos altos. Mas confesso que senti falta do T-Rex pois ele é a cara dos filmes anteriores e deixá-lo em total segundo plano foi uma decisão corajosa. Algo interessante foi entrar nos laboratórios da ilha e vermos algumas encubadoras e aparelhos usados na criação dos animais. Os efeitos especiais mais uma vez dão um espetáculo à parte e elevam bem o nível geral da obra ao lado do ótimo som.
Além da falta de cenas mais ameaçadoras, das cenas megalomaníacas de Spielberg, vemos também uma presença mais espaçada e menos constante dos dinossauros. O diretor Joe Johnston já se mostrou um competente diretor, como em Jumanji e Capitão América. Se trata de um diretor criativo e com excelente concepção visual, porém justamente esse que é um de seus principais filmes, está um pouco aquém de sua capacidade. O filme de fato abandona as principais características dos anteriores e o que vimos é uma direção apenas correta, sem muitas inovações e que nos deixa com a sensação que poderia ser bem melhor. Faltou um roteiro mais elaborado e uma direção mais consistente. Spielberg realmente fez falta aqui.
Mas apesar de vários problemas como citei, serve perfeitamente como um bom entretenimento e para os fãs da série, evidentemente é imperdível! Recentemnte Spielberg disse que iria em breve começar a produção do quarto filme da série, mas que não necessariamente ele iria dirigí-lo. Tomara mesmo que haja uma nova trilogia inspirada livremente na obra de Michael Crichton e seria perfeito ver Spielberg novamente na direção! É só aguardar ansiosamente o quarto capítulo da série...e que não demore!