"crimes do futuro" é um filme eficiente, faz muito com pouco, sem grandes cenários e efeitos práticos gigantescos, tudo é bem simples mas muito convincente, as composições de cenários são sujas com uma fotografia escura, sempre buscando uma degradação intrínseca, os efeitos práticos são bons, os poucos CGI são fracos, porém a edição de som é magnífica, sempre buscando sons que buscam o desconforto do telespectador, outro ponto positivo são as atuações, a dupla Vigo mortise e Léa Seydoux estão muito bem, Viggo consegue transparecer toda a dor e angústia de seu personagem com sua postura corporal e vocal, Kristen é outro destaque, fazendo uma personagem ansiosa e paranoica a atriz entrega uma performance muito boa, apesar do seu pouco tempo de tela, porém o melhor ponto aqui, trago pelo clássico e brilhante diretor canadense david cronenberg é seu roteiro, que apesar de um pouco confuso traz como premissa principal o limite da arte, suas contradições e apreciações subversivas, sua criminalidade, e com isso faz uma auto reflexão de sua própria filmografia, o filme também é uma crítica à burocracia estatal e a intervenção do governo na arte, tudo sobre um plano de ficção científica futurista diatópica depreciativa. O longa conta com alguns problemas, o maior deles talvez seja os subtextos que são abertos e nem sempre são concluídos. Não temos aqui a melhor versão de Cronenberg, mas seu estilo continua autoral e convidativo. Nota 7/10