Ao ler a sinopse pensei que seria um filme mais interessante, com desfechos menos óbvios. Me deparei com um filme bem fraco, com um protagonista vazio, sem um pingo de carisma ou conexão com o público, talvez fosse exatamente essa a intenção do produtor, mas pra mim não funcionou muito bem. O que mais me incomodou em toda trama foi a objetificação da mulher, mais uma vez, quanta criatividade!
Afinal, a mulher do amigo, bem padrão, de repente se apaixona pelo protagonista. A outra mulher, que aparece do nada, sem contexto, é alternativa, de cabelo rosa, excêntrica, fora do padrão, aparentemente resolvida, mas que no fim também se vê apaixonada pelo protagonista que nada ofereceu para que uma paixão genuína brotasse em NENHUMA DAS DUAS, que são belíssimas, inclusive. AAAHH, e tem a amiga da mulher do amigo, que não é bonita nem interessante o suficiente para que o protagonista queira se relacionar com ela, mas adivinha so - ela também fica interessada nele?? CHOCANTE (rsrs)! É impressionante como ambas as mulheres centrais, lúcidas, maravilhosas, empoderadas, se apaixonam pelo personagem principal: um cara chato, vazio, extremamente crítico, intolerante, previsível e completamente "xanguana". Por que será? Licença poética? Poder do protagonista... Enfim. Não colou! Então vem a cereja do bolo - um desfecho muito obvio, clichê e completamente mal feito - onde todas as vontades do protagonista são milagrosamente atendidas - ele consegue juntar a ex namorada do amigo novamente pro seu amigo... Ele fica com a excêntrica, pois ele de repente virou um cara espontâneo, tolerante e bem sucedido! Nossa acho que nunca vi abusar TANTO do poder do protagonismo igual nesse filme! As mulheres simplesmente seguem o fluxo desenhado ao bel prazer desse protagonista chulé, sem um pingo de questionamento. Um filme fraco, que mais uma vez objetifica a mulher e torna o pior homem em herói - perdoado com facilidade pelos seus erros e desejado por todas as mulheres da trama. Eca! Nota 3 de 10.