Excelência e excelência. Nunca é o suficiente. Graciosidade e talento nunca são demais e cobram seu preço apesar dos frutos. São magníficos. Mesmo quando a corda do violino quebra (é frustrante). Dedicação supera os percalços. Pancadas vão e pancadas vem, a vitrola segue, eterna, apesar dos aluguéis, dos restaurantes, dos risos retos e das roupas charmosas. E tem que ser assim para o espetáculo funcionar.
É um filme extremamente profundo, revelador e de certa forma ativista no sentido social. A transparência desse filme é tão cristalina que facilmente as pessoas podem julga-lo como sem emoção e parado, claro. Afinal em tempos em que a vida das pessoas tornam-se cada vez mais robóticas, oque esperar do julgamento de cabeças pragmaticamente vazias??
Tár é um filme absurdamente magnífico, confuso, mas magnífico. A atuação de Cate Blanchett está simplesmente incrível, recentemente vi uma crítica brasileira, "Isabela Boscov", a criticar a atuação de Cate em Tár, e ela disse alguma coisa como "Ela é o tipo de atriz que fica cada vez melhor quanto mais a personagem é uma adversária á altura dela" e eu não podia concordar mais, é extremamente incrível ver uma atriz como esta receber um papel que a desafie tão bem como "Lydia Tár" desafia. Claro que depois de falar tão bem de Cate não podia deixar de parte Nina Hoss, uma atriz alemã de 47 anos que embora não seja tão conhecida, se mostrou uma atriz ao nível de Cate Blanchett, as contracenas estão simplesmente incríveis por isso mesmo, porque em nenhum momento uma atua "pior" que a outra. A proposta do diretor ,Todd Field, neste filme é super interessante, porém entendo que não agrade a muitos, pois não segue uma linha de respostas muito firme ( eu mesma só fui entender mais a proposta do filme depois de ver vários críticos experientes a falar sobre).A minha conclusão final para Tár, é que embora não seja, como já disse, um filme para todos, vale muito a pena ver não sou pelas atuações como pela proposta em si.
"Tár" sofre de um defeito que assola o cinema : quase não há ENREDO. O cinema, hoje em dia, não se preocupa muito em apresentar uma história; o cinema perdeu sua essência de "Contador de histórias". "The Fabelmans" ( o lixo do Spielberg), "Moonlight", "Nomadland" são filmes (quase) sem enredo; vemos apenas os personagens em situações soltas e aleatórias. Não dá; tornam-se filmes esquecíveis. Muitos deles, ao sair da sala de exibição já não conseguimos sequer CONTÁ-LOS a alguém. "Tár" é uma espécie de "Video book" para a Cate Blanchett mostrar a algum estúdio de modo a provar que tem talento e merece ser contratada e mesmo assim, é um personagem forte/bom mas, que tem cenas lineares de mais, na mesma "batida"; não se configurando numa interpretação cheia de nuances. "Blue Jasmine" continua sendo a melhor interpretação da carreira de Blanchett.
Todd Field entrega aqui um filme de qualidade com a diva Cate Blanchet na sua melhor atuação até hoje, fazendo com que um filme que poderia ser meia boca, ser no mínimo interessante. Muito bom.
O filme se inicia com uma apresentação didática cansativa e aborrecida. Tem um bom desenvolvimento centrado na personagem principal de Cate Blanchett, de ótima atuação, acompanhada por atuações que não envolvem. O final é caótico e uma ducha de água fria, seja para ressaltar a separação da obra da pessoa, o desespero ou a queda.
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