Eu já conhecia o suficiente de Frida para esperar mais do filme, que acabou não sendo uma biografia, mas basicamente a historia de amor entre ela e Diego Rivera. Em alguns momentos senti que era mais sobre ele do que ela, e ficou bem claro, mesmo com toda a romantização, o quão abusivo era esse relacionamento.
Faltou explorar mais o intimo de Frida, sua personalidade forte, sua vertente feminista, e até mesmo seu lado trágico, já que é o que mais a define em toda sua obra, ela como ninguém conseguia imprimir sua dor em cada nova pintura. Outro fato que me desagradou, foi que não esperava que o filme fosse em inglês.
Mas deixando os pontos negativos de lado, vamos a parte boa, afinal, 6 indicações ao Oscar e duas estatuetas não vieram sem mérito... Frida foi sim uma mulher a frente de seu tempo, extraordinária eu diria, o filme mostrou bem seu lado humano, sua entrega incondicional as pessoas que amava, mostrou também o quanto era politizada e talentosa. Amei a fotografia do filme, adorei ver as pinturas se tornando reais e principalmente conseguir identificar cada situação em que foram concebidas, trazendo mais profundidade a perspectiva que temos de seu trabalho.
Salma Hayek produziu e atuou brilhantemente, nunca fui um grande admiradora de seu trabalho, mas após esse filme ela conquistou meu respeito e admiração, sua entrega é notável. Uma obra linda, com cenários, figurino, trilha sonora, e fotografia perfeitos. Um filme triste e visceral. Recomendo muito, só ressalto que essa não deve ser sua unica referência sobre Frida Kahlo, seria uma lastima se isso ocorresse.